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Bem vinda, cara motorista da carris! Olhe, sou conhecida por pensar sempre no que "poderá" vir a acontecer e sou muito solidária... nada tenho contra quem trabalha. Mas deixe-me contar, desta vez num autocarro da Carris, o que vi certa vez:
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Um rapaz ia para entrar com um caozinho daqueles bem pequeninos que cabia na palma da mão. Vinha ao colo, embrulhado num casaco e isto foi na véspera de Natal. O motorista recusou deixá-lo entrar. O rapaz, muito calmo e educado, insistiu, dizendo que o animal era pequenino e comportado. O motorista não cedeu e explicou-lhe o seu ponto de vista: E se alguém que entra ou já está no autocarro for alérgico? Ele é repreendido, pode ser demitido ou tem de pagar uma multa. O rapaz, na véspera de Natal, lá ficou do lado de fora.
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Compreendo os dois lados mas sabe, prefiro que se arriscasse. Porque meses depois, ao entrar no autocarro, sentei-me num lugar e de repente vi uma coisa estranha a meus pés. Era uma cadela enorme! (com os olhos mais meigos que já vi).
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Claro está, esses olhos meigos estavam a fazer a vez dos olhos do invisual que a cadela auxiliava. Mas será que nestes casos não podem existir pessoas alérgicas a ela também? E depois, nos autocarros, temos de sentar em assentos cujo cheiro que sentimos ao redor do lugar desocupado leva-nos a recear a falta de higiene dos ocupantes anteriores. Aliás, HIGIENE e autocarro da Carris, não são duas coisas que costumam estar sempre ligadas.
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Eu preferiria que deixassem um animal daquele pequeno porte entrar. Há com cada mal cheiroso no autocarro e ninguém lhes recusa a entrada por virem a causar risco para a saúde dos restantes passageiros.
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E a título de referência aos motoristas, noutro dia vi também um a voltar a abrir a porta e adiar a partida para deixar entrar um senhor de mau aspecto a carregar um embrulho enorme e pesado envolto em saco de plástico preto. O senhor entra e, como os restantes já haviam entrado, ele as atenções estão nele. O motorista arranca e o homem fica a procurar o bilhete por entre os bolsos do casaco. Acaba por entrar com aquele embrulho enorme que acabará por ser um estorvo, sem realmente ter pago a passagem.