sábado, 21 de novembro de 2009

Desinfectante gratuito, por favor!

Ambientadores nas viaturas, livros grátis, propaganda diversa... vira e volta, a Carris divulga acções supostamente em prol do bem estar dos passageiros. E para quê?

Nada disto é mais importante para os passageiros que a garantia que todos os dias podem contar com veículos limpos. A higiene é fundamental. E se falta alguma a alguns passageiros, a Carris deve ter o brio de perceber que, se mudamos os lençois da cama com assiduidade e nestas só se deitam dois, num autocarro onde centenas ou milhares entram POR DIA, a limpeza não é prática que se deva dispensar.

Há dias foi a situação desagradável das baratas. Mas essas são, a pesar de tudo, uma ameaça visível. Os odores desagradáveis e suspeitos, os assentos de pano sujos e quentes - isto é que é alvo de reflexão todos os dias. Hoje entrei no autocarro e o cheiro era tão desagradável! Não dá para identificar. Deu para perceber que não era nada originado por um dia de chuva. Parecia que 1000 peidos tinham sido dados. Depois entro noutro, e o odor é o mesmo. Tenho receio de transportar este fedor nas roupas, que estão limpas e novas. Receio ficar com o fedor em mim, que cheiro a sabonete.

O que a Carris devia distribuir GRÁTIS a todos os passageiros são embalagens de desinfectantes. Para aplicar nos assentos antes da pessoa se sentar. Ou então deviam inventar de uma vez por todas uma capa de silicone dobrável em três, como se faz com um papel, para que as mesmas sirvam de resguardo e protejam as pessoas dos micróbios que vivem naquelas cadeiras onde até passeiam baratas... Não seria uma invenção esquisita, pois existem capas para os assentos dos autómóveis. Só teriam de fabricar as mesmas em silicone maleável (como o dos utensílios de cozinha), práticas, fáceis de transportar e distribuir GRATUITAMENTE a todos os passageiros. Até podiam vir personalizadas ou vir a ser personalizadas, conseguindo com isso transformar o produto em algo com possibilidade de exploração comercial. (como se faz com as capas coloridas e desenhadas para telemóveis e outros assim).

Esta é uma excelente ideia. Alguém quer pegar nela? Eu só quero receber os louros por ter sido quem pensou nisso pela primeira vez... :) E não seria púdica nem teria problema algum em ser a primeira a "sacar" do meu resguardo higiénico (OK, mudar o nome...) para me sentar com a consciência de estar a melhorar as condições da viagem, diminuindo riscos para a saúde...

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Livros? Prefiro inseticida!

Correndo o risco de tornar conhecida a minha "identidade anónima" como utente da Carris, tenho de relatar uma situação caricata que aconteceu dentro do autocarro.

O dia até começou mal: perdi um autocarro estando mesmo perto dele, uma mulher foi estúpida sem qualquer razão, trânsito, perda de outro autocarro, correria para apanhar um terceiro e depois um quarto…

Mas a maior surpresa estava reservada para o final do dia…
Ia sossegadinha sentada num banquinho quando, por acaso, olho para baixo e vejo 3 coisas escuras a deslizar no meu sentido. Aquilo prendeu a minha atenção. Seria uma porcaria qualquer a deslizar devido ao movimento do autocarro? Quando aquelas 3 coisas andaram para trás sem o movimento se alterar, aproximei-me para ver o que eram. Eram bichos, mais concretamente, baratas! Haviam 3 baratas no autocarro! E estavam ali, perto dos meus pés. Tão perto que, assim que se aproximaram, decidi mudar de lugar. Imagina uma coisa destas a subir pela perna acima… chegas a casa, trocas de roupa e dás pela surpresa (ou não!).


Existem inúmeros cenários de possibilidades desagradáveis: os bichinhos a entrar dentro do saco das compras da mercearia, os bichinhos em cima do colo, os bichinhos a procurar abrigo num lugar quentinho e escuro por entre as tuas roupas…
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Elas (as baratas) começaram a subir a lateral. Achei espantoso e só depois me lembrei que era um daqueles momentos para registar e tinha comigo a câmara de fotografar! Que melhor ocasião que esta?
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A pensar que devia alertar o motorista para que este reportasse a quem de direito e se procedesse às medidas necessárias aquando a limpeza daquela viatura, aproximei-me e disse-lhe:
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-Sr. Motorista, desculpe, é só para lhe dizer que tem três baratinhas ali atrás…
- Há! Não faz mal. Estão lá a brincar! – diz, sem surpresa.
- Há é? Está bem. – digo, sem preocupações.

.. É caricato, até engraçado mas tudo isto revela apenas uma coisa: o nível de falta de higiene dos autocarros da Carris. Não se iludam… limpeza é coisa que não existe por ali. As danadas, pelos vistos, eram de estimação!

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Será que também já lhes deram nomes? :)

.............A BARATA..............
O bicho de estimação da Carris

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Convivência com as ciclovias

Passo todos os dias no autocarro pelas obras de ciclovias a decorrer na Av. do Brasil. Há partes do percurso que me deixam curiosa. A ciclovia começa na Rotunda do Relógio e segue avenida acima... enquanto tem espaço. Mas, ali pelo meio, qual a solução que vão arranjar? Não existe espaço para ciclovia. Só um pequeno passeio com árvores, cuja raíz levantou os cubos de pedra da calçada e parques de estacionamento. Tanto um, quanto outro, fazem falta. A ciclovia vai passar por cima e ser aérea?
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A obra parece-me estar a ser executada com visível planeamento. Mas a curiosidade para aquele troço persiste.
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Já o que preocupa, é o final da avenida. Já alcatroada, a ciclovia está protegida por pilaretes. Mas, é claro, estes não são colocados diante das garagens. E o que acontece? Os automóveis sobem o passeio por essa abertura e estacionam os veículos por todo o espaço. O peão, pelo que vejo, continua a caminhar pela calçada. Mas com automóveis estacionados ali, onde fica o peão e o ciclista? Vão dividir o espaço do passeio com os automóveis? Relembro que o estacionamento nesta parte da via chegava a ser na faxa de rodagem... atrapalhando a circulação do autocarro.
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Os automóveis são sempre um problema... precisam de estacionar e, pouco habituadas que as pessoas estão em andar, querem sempre "enfiá-los" pela porta a dentro...
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Pior que este caso, só mesmo a Av. da Igreja, em Alvalade. Nossa! Até num Domingo (passado), enquanto aguardava o autocarro na paragem, os automóveis estacionavam por toda a parte, até mesmo em fila dupla e tripla! Para lá e para cá, tudo por causa do frango assado! Nossa. Que movimento gera aquelas casas de frango!

sábado, 14 de novembro de 2009

Leitura na Carris?

Saiu nas notícias de todos os jornais gratuitos. Desde quarta ou quinta feira passada, a Carris está a distribuir, gratuitamente, aos passageiros, grandes obras de literatura. O objectivo é promover a dita e tornar as viagens na Carris muito agradáveis.


Ora...

Assim que li isto, achei um absurdo. Dinheiro mal empregue, mal gasto, desperdício de papel ou atentado ecológico, uma iniciativa que talvez viesse a servir para alguém lucrar individamente com isso. Mal existem condições para fazer uma curta viagem sem andar aos solavancos e atropelos, quanto mais para fazê-la a ler um livro... Logo a seguir, pensei na gripe. Se estes livros fossem distribuidos de "mão-em-mão", não passariam de mais uma forma facilitada de contágio...

Agora não sei mais o que pensar muito simplesmente porque, como passageira, ainda não presenciei nada desta suposta medida! Então estive esta sexta-feira muito atenta a todos os passageiros com que me cruzava. Uns tantos traziam um livro na mão e pensei: será isto? Outro tinha outro livro: será isto? E um terceiro tinha 4 sacos cheios de livros... serão para distribuir?

Mas nada aconteceu... a não ser uma senhora com duas malas que, ao me pedir licença para sair do lugar ao meu lado, pisou-me o pé com tanta força que ainda o sentia 30 minutos depois.

Sabem, há pessoas que ao se deslocarem precisam agredir outras. Existem aquelas que vão avançando pelo autocarro e se seguram num e noutro corrimão, no teu ombro, no teu cabelo, no teu joelho... e te pisam o pé!

Lá pensei que a senhora, por ser senhora, ligeiramente obesa, com dois sacos, não tivesse muita mobilidade. Mas saímos ambas na mesma paragem e olhem que ela... andava tão depressa que nem eu, que sou rápida, tive pedalada para a dela. A estúpida não tinha qualquer razão para me pisar daquela maneira... tive vontade de lhe limpar a marca de sujidade que me deixou no sapato nas calças.