Há já uns tempos que este tópico está a mercer destaque. Decidi que era hoje, após uma experiência frustrante a semana passada.
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Há coisa de dois meses ou três, dei conta que o site da Carris mudou de rosto. É lá que vou, quando preciso descobrir um autocarro. A busca está diferente e totalmente ineficaz! Mudaram aquilo para pior... não é típico português??
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Quem quer descobrir os autocarros para um determinado percurso tem de escrever a morada do ponto de partida para o de chegada. Até aqui tudo bem. Mas... e funcionar?
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Experimentem. Só assim vão conseguir entender. Na versão anterior, este método de busca era mais eficaz, pois à medida que se ia escrevendo, as opções iam aparecendo. Agora, embora nas instruções façam referência que é assim que acontece, não é. Com tempo, já tentei pesquisar no site da Carris vezes suficientes para concluir que não se trata de uma falta de habilidade minha: a coisa é mesmo frustrante! Sabem até que ponto... apetece atirar uma coisa ao ar ou desatar a dizer palavrões. Pois é assim...
.A semana passada fui insistente. Quis porque quis e teimei que ia conseguir a informação desejada. Andei pelo site que tempos. A tentar pacientemente obter a informação desejada no tal campo de busca "origem" "destino". Frustrante. Nunca deu.

Então, decidida a conseguir a informação desse por onde desse, fui pesquisar nas carreiras. Mas a única forma de descobrir qual o autocarro que passa numa determinada RUA, é consultanto TODAS as carreiras. Tentei fazer exclusão de partes, mas não tive sorte. Optei então por uma terceira via: o contacto telefónico.
.Ainda no
site da Carris, procurei por toda a parte o número de ATENDIMENTO ao
utente. Um daqueles 800
qualquer-coisa, ou outro específico para o atendimento directo ao utente. A maioria das companhias hoje em dia facultam este tipo de serviço. Até enerva! Mas de todos os contactos fornecidos, nenhum pareceu ser especificamente para casos assim.
.(Reparem... isto tudo para conseguir uma informação simples que, se bem organizada e funcional, estaria disponível num clique de rato em menos de um minuto)....Continuando o relato:.Não querendo ir parar a outro departamento, decidi obter o número de Atendimento
ao Cliente da Carris, através das informações. Liguei para o 118, que me deu um número. Deram-me (claro) um número da Carris. Mas não era específicamente o correcto.
.Do outro lado, o senhor que atendeu foi simpático e procurou ajudar, embora também ele estivesse «às escuras». Pediu-me que aguardasse um pouco na linha enquanto ia averiguar. Entretanto facultei-lhe mais informações sobre o autocarro que procurava (já tinha andado nele há 2 anos, mas não lembrava o número, só parte do trajecto) e, alguém ao seu lado que escutava a conversa, saiu-se com a solução: "Autocarro número 9".
.Boa! - pensei.
Já tenho uma referência!
.Voltando ao
site da Carris, à
consulta das Carreiras, não encontro nenhum "9". Fico frustrada... decido então ligar para o
número corecto de atendimento ao utente da Carris (213613000), entretanto obtido através do simpático senhor com quem falei primeiramente ao telefone. Com isto, já estava a sentir alguma inquietação, ao ver o tempo a passar e nada de saber como chegar ao destino por AUTOCARRO.
.Marco os dígitos e uma gravação informa para carregar em números do teclado do telefone, consoante o serviço procurado. Pressiono a
tecla 1 e fico a ouvir música. Mas sabem quando se detecta que a ligação nem sequer foi estabelecida? Quando se percebe que vais ouvir música por um longo tempo e ninguém vai atender? Pois foi assim.
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Desliguei e voltei a ligar o número, na esperança de sentir a ligação
diferente mas, a música retomava exactamente no ponto onde tinha sido interrompida. Nem informam quantas chamadas tinha à frente, nem fez mais que um toque de sinal de chamada. A música entrava de imediato.
.Numa das muitas tentativas, finalmente alguém atendeu. Mais uma vez, parece que liguei para o
número errado… e, mais uma vez, a
simpatia da pessoa do outro lado procurou ajudar. Consultando ela própria
o site da Carris, estava a ter dificuldade em conseguir descobrir o percurso. Na verdade, estava a ir pelo Google e até me disse que o método de busca só funciona em caso de percursos directos. O que,
na Carris, convenhamos,
não existe!
.Acabou por me facultar um… composto de
TRÊS autocarros e o resto do percurso
A PÉ! Convenhamos, um absurdo! A pessoa até estava a sentir um tanto de embaraço por indicar um percurso tão despropositado. Talvez por isso, tentou outro caminho. Não esqueço que fez referência a ser do “
tempo” em que os autocarros não tinham sofrido mudanças. Pois… também eu sou desse “
tempo”.
A lógica dos utentes tamb]em é desse
tempo. Mas
a da administração, que não deve utilizar os seus veículos como forma de transporte, tem outra opinião…
.Resumindo uma má experiência, acabei, segundo as indicações desta última pessoa
(que também me indicou um autocarro cujo percurso só existe como nocturno), na rua, a tentar apanhar um autocarro que me levasse até meio do percurso pretendido, para depois apanhar outro. Após uma caminhada e uma espera um tanto demorada (perdi o primeiro porque a parte de trás do veículo não tinha número) entrei num autocarro e lembrei de perguntar ao motorista se passava na referida rua. Ele nem a conhecia. Então perguntei-lhe se passava por um certo local, ele respondeu que «sim», perguntei se ia demorar muito e ele responde:
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Quase uma hora!
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Hã!?? – disse, assustada.
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Andar em autocarros em Lisboa é
mais demorado (e torturoso) que apanhar uma camioneta para Sesimbra! Metade do percurso ia «consumir» uma hora do meu já
reduzido tempo. A outra metade ia levar
quanto?
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Desisti. Pedi desculpas ao motorista, que tinha acabado de fechar a porta e pedi para sair. Cheguei a casa e telefonei para a pessoa que me esperava, pedindo desculpas, mas que já não chegaria a tempo e teríamos de adiar a visita para outro dia. Ela própria forneceu a solução para este enigma:
- “O filha, da próxima apanha
um Táxi e chegas aqui à porta num instantinho”!
.Mais uma lição… vinda da lucidez de uma pessoa com 92 anos.
Notem que procurava uma informação rápida. De segundos. Minutos, no máximo. E perdi mais de duas horas do meu tempo...
A solução é o Táxi!