segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

O calor do cu dos outros e o magnetismo

Devo ser uma pessoa cheia de boas energias.

Cada vez que entro num autocarro da carris razoavelmente vazio, as pessoas começam a aglomerar-se ao meu redor.
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Hoje de manhã foi assim. Entrei num autocarro daqueles compridos e encostei-me de pé na primeira janela oposta às portas da saída. Nisto, uma senhora altíssima, com uma enorme sacola a tiracolo encosta-se colada a mim. Já estou apertada. Chega outra que se coloca à minha frente. Tudo bem, tem espaço, não atrapalha. Porquê a que chegou primeiro decidiu posicionar-se daquela maneira é que não entendi. Logo de seguida, chega um homem que, espantosamente, decide segurar-se no varão perto da porta, com o corpo a bloquear a passagem de quem entrasse. Aí pensei: mas esta gente toda vai sair a seguir? Para se posicionarem nestes lugares, só pode.
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O autocarro continua a marcha, e nada destas pessoas se mecherem dali para fora. Olho para trás e vejo espaços livres muito mais agradáveis para se estar e também, assentos livres! Ok. Estas pessoas devem estar para sair. Por isso se acumularam ao meu redor.
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Só que o autocarro volta a abrir as portas e ninguém sai. O homem mal posicionado tem de desviar-se para as portas de saída para dar passagem aos que entram, mas dali não se move.
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Este tipo de comportamento toca-me nos nervos. A cada movimento do autocarro, os abanões e tudo o mais, aquela mulher altíssima apertava-me mais um bocadinho contra o vidro. Quase me pisa os pés por diversas vezes. E o autocarro com muito espaço livre atrás. É mesmo questão para me perguntar, porquê. Porquê aquelas pessoas pararam ali?

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Devo ser feita de mel, para grudarem em mim desta maneira.

Eventualmente, a mulher à minha frente saiu. A que me apertava de lado decide ir para o seu lugar, ficando de costas para mim. Logo de seguida, vaga um lugar individual mais à frente, e a mulher decide sentar-se nele.

Há comportamentos que não entendo, sinceramente! Este foi um. Com lugares individuais vazios assim que entrou, a mulher veio encostar-se de pé, ao meu lado. Para depois sentar-se quando o autocarro já tinha deixado entrar e sair muitos passageiros. Porquê não se sentou de imediato?

.Vá entender!

.Outra coisa que não entendo e que me irrita profundamente, são os pula-cadeiras.
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Os pula-cadeiras são as pessoas que, numa única viagem, trocam de assento mais que três vezes. Não é invulgar de ver, muito pelo contrário. Há aquelas pessoas que viajam num banco de trás, vaga um mesmo na frente, e trocam de lugar. Depois vaga outro mais adiante, e trocam de lugar.
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Fico atónita com estes comportamentos. Devem gostar muito de apanhar com o «calorzinho» do rabo dos outros, para trocarem tantas vezes de lugar. Comigo, onde fico, é onde fico. Se for de pé, é de pé, se sentada, é sentada, mas não ando aí a procurar assentos «melhores». Também não gosto quando estou de pé e pretendo sentar-me num lugar que vaga, e pressentir que a mulher que viaja há 20 minutos sentada no lugar à frente, está a cobiça-lo, laçando-se de imediato ao dito assento. Se já está sentada e outra pessoa está de pé, deixem-se lá disso! É o que digo: gostam muito do calor do cu dos outros!

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