quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Pagar para Andar

Muito honestamente, acho que a CARRIS devia pagar aos utentes para estes andarem nos autocarros!

Ora vejam bem as razões:

1) Uma pessoa espera demasiado por eles.
2) Para ir a um qualquer lugar, uma pessoa tem de fazer extensos percursos a pé.

Não são razões que bastem para sentir que deviam era pagar-nos para nos submeter-mos a isto??


Esta semana tenho sentido que o universo está a dizer-me para passar a andar de carro. E tudo, através dos atrasos e "problemas" diários dos autocarros da Carris.

Eu não quero andar de carro! Gostaria de continuar a deslocar-me de transportes, mas é impossível ignorar os "avisos" constantes!

E assim, vou contribuir para o aumento da poluição e do trâfego! Pode-se agradecer à Carris por isto!
Ando mais a pé agora do que quando era criança!

Ora vejam só como têm sido os meus dias:
6ª Feira (fim de tarde escura, chuviscos, muito frio e muito vento):
entre duas paragens pouco distantes entre si, aguardava a chegada do primeiro de três autocarros cujo percurso me leva até uma rua transversal a três km de distância. 6 minutos se passam. NADA. Avanço para a paragem (única das duas) que tem um placar com os minutos dos autocarros. Só dali a 14 é que ia passar o correspondente. Decisão tomada: ir a pé até à paragem seguinte (menos de 1km e 4m a pé) onde passa um outro autocarro. Ainda não tinha passado 1 minuto, e eis que olho para trás e vejo o autocarro que o PLACAR disse faltar 14 minutos a aparecer! Claro, como eles são como as mulheres que vão juntas ao WC, logo atrás vinha um outro. Mas esse, pela ausência do placar na sua paragem, já contava correr o risco de poder ver passar sem ter tempo de o apanhar. Agora aquele para o qual faltavam 14 minutos, antecidos dos 6 que já tinha esperado, estar a passar, até lhe roguei pragas!

2ª Feira (manhã fria, sol de inverno):
Assim que saio de casa e viro na direcção de uma das duas ruas paralelas que tenho de subir para apanhar o autocarro que me leva onde tenho de ir, vejo passar na rua ao lado um outro que até prefiro apanhar, mas só me leva até meio do percurso. Fico descontente porque sei que, se tivesse virado para essa rua e dado apenas uns parcos passos para alcançar a paragem, o autocarro não ia aparecer. Normalmente nesta paragem SEM PLACAR, os dois autocarros que aí passam levam 20 minutos a aparecer. É mais próxima e mais prática, mas é preciso ir "dormir" para lá para não chegar atrasado ao destino. É, portanto, mais praticável subir a rua a pé durante 4 minutos e, na estrada transversal, apanhar o primeiro autocarro que aparecer, que tanto pode ser o que só faz metade do percurso (e vem da rua paralela), como um outro que vem da rua transversal, mas faz o percurso completo. A escolha é óbvia: todos os dias subo a rua a pé e logo começo a sentir aquela pressão lombar... (ei de pagar a factura na velhice!). Chegada à paragem, faltam apenas 4 minutos para o autocarro chegar. Mas passam 12 e NADA! Quando faltam 10m para ter de estar no meu destino, o dito cujo aparece. Chego à camioneta que preciso apanhar todas as manhãs às 8.00h em ponto 3 minutos depois. Claro está, não se encontrava mais lá. Tive de aguardar 60 minutos pela próxima!!! (Um minuto de atraso para a Carris não é nada, mas corresponde para mim a 1 hora!)

3ª Feira (manhã, chuviscos, muito vento):
O dia começa, novamente, a subir a rua (4 minutos). Desta feita vou apanhar outro autocarro que também passa na rua transversal. Desta vez o meu destino é outro e importante, pelo que vou com bastante tempo para desperdiçar, caso aconteçam imprevistos. Claro que, o destino voltou a dizer-me para comprar um carro! Não é que, mesmo com 35 minutos extra para chegar ao meu destino, o autocarro demora 38 a aparecer?? Não fui capaz de ficar parada no local à espera. Assim que apareceu um outro

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Pressa e apressados agressivos

Hoje fui vítima da agressividade nos transportes. Uma mulher saiu da fila atrás de mim e de outras duas pessoas e começou a enfiar-se na frente. Segui a ordem mas confesso que, ao vê-la esforçar-se para se meter na minha frente, fiz por não deixar. Afinal, não entendo as pessoas que se metem à bruta! Mais dentro da porta, as pessoas começaram a mover-se de forma a que eu até acabei por ser empurrada para o interior ordenadamente. A mulher decide então dar-me um valente empurrão. A minha reacção foi olhar para trás (porque a despeitada empurrou mas não se enfiou na frente) e constactar o óbvio:

-"A senhora deu-me um empurrão"!
- Estava a querer meter-se mas eu não a deixo passar à frente!
-"A senhora é que saiu da fila e passou à frente dos outros".
-"Eu bem que a vi chegar e meter-se à frente dos outros. Eu marquei-a bem!" - responde ela.

Poucas palavras mais são trocadas e o silêncio instala-se à medida que cada qual avança no veículo. Mas fiquei com aquela situação a mexer com os meus nervos. Eu, que estava tão sossegadinha, que me limitei a reproduzir os mesmos gestos que faço todos os dias... que é correr para apanhar o transporte! Tenho a certeza que cheguei à paragem e parei atrás de todos. Então porque disse ela que me marcou e que lhe passei à frente?

Depois é que percebi! Ela e talvez uma outra senhora tinham saído do mesmo autocarro de onde eu vinha. (o qual também tive de correr para apanhar e fui a última a entrar, tendo esperado calmamente até que a última pessoa que estava à minha frente entrasse e passasse o passe na máquina que o valida).

Ora, instantes após ter conseguido chegar à paragem (até reduzi a velocidade e passei ao passo), duas outras senhoras chegaram perto de mim a sorrir e a dizer que, daquela vez, tinham conseguido, porque às vezes não se consegue.

Demorei uns instantes a perceber ao que se referiam, porque não tinha percebido ninguém a correr com o mesmo propósito, até porque saí na frente, desviei-me com calma das pessoas que entravam no autocarro que eu abandonava, inclusive, parei e desviei-me de um miúdo com uma mochila enorme nas costas que me pareceu no momento um obstáculo inoportuno diante da presença do sinal verde e um autocarro que deve estar prestes a nos ultrapassar.

Em suma: antes daquela mulherzinha irritante e mal educada, duas outras simpáticas chegaram à paragem na sua frente. Estas não se queixaram, a mulherzinha sim! Não gostou que eu corresse mais do que ela!

Foi o terceiro transporte que corri para apanhar de seguida hoje. Para chegar a tempo de apanhar o primeiro, tive de subir uma rua íngreme durante 15 minutos. Cheguei à paragem, como se diz, "com os bofes de fora". Mas, porque o transporte em si atrasou 13 minutos e eu apenas 5, consegui apanhá-lo. Porém, o esforço deixou-me fisicamente maldisposta e um tanto exausta. Comecei a querer adormecer mas, cada vez que isso acontece, surge um mal estar geral com uma espécie de sensação de desmaio e dor. Logo, tento manter-me desperta e não me concentrar no enjoo.

Assim que saí deste primeiro transporte, "rezei" para ter tempo para chegar à paragem sem ter de correr para apanhar outro mas, eis que as preces não são bem ouvidas e vejo passar a grande velocidade o autocarro que quero apanhar. Corro para o alcançar e, como existem muitas pessoas, percebo que tenho boas chances de o fazer, mesmo tendo de parar por instantes para deixar um taxi passar. Alcanço-o e até entro com calma, esperando que os que já lá estão entrem, até porque isso me permite respirar um pouco melhor.

Só tenho de andar uma ou duas paragens mas, nesse percurso, os autocarros que quero apanhar a seguir podem muito bem aparecer e ultrapassar aquele onde me encontro. Logo, estou o tempo todo alerta para a possível presença no horizonte para qualquer um deles. Volto a fazer uma prece para não ter de correr mais para apanhar um transporte. Olho para a avenida de onde deve vir um e esta está vazia de autocarros.

Depois o meu veículo pára para deixar entrar uma passageira mas a senhora demora-se a fazer a pergunta que precisa fazer para libertar o autocarro e deixá-lo seguir viagem. São apenas uns segundos, mas volto a fazer uma prece para que, nesse tempo, não surja o autocarro atrás de mim, para não ter de correr para o apanhar. Por causa da senhora mas também apenas por alguns segundos, ficamos parados no semáforo vermelho. Logo o veículo arranca.

Está tudo a correr bem e a minha prece é sempre a mesma: "que os autocarros não apareçam antes de ter tempo de chegar à paragem". Olho para a rua de onde deve vir o outro e percebo que existe ao fundo um autocarro que pode muito bem ser aquele que desejo. Tento perceber se o semáforo vermelho vai permanecer fechado na altura daquele autocarro passar e percebo que ficamos à frente. Fico contente, porque não terei de correr muito. Poderei andar. É então que olho para trás e, mesmo coladinho ao autocarro de onde venho, está aquele que queria apanhar, que nem se via momentos antes! É sempre assim... acho até que deixo sair um desabafo verbal destes ao me levantar para me preparar para a CORRIDA. A terceira desta viagem "trabalho-casa".

E desatei a correr (sem dar encontrões a ninguém).

Até lamentei o correr porque usava sapatos novos e pouco práticos. Não alcancei a velocidade que costumo alcançar nem senti o gozo que costumo ter, visto que os tamancos das botas são ocos e não dão flexibilidade (também, comprados nos chineses :-)) Além disso, tenho-me sentido mais fraca do que o habitual e não consigo correr tanto e canso-me rápido. Ainda assim, são três anos desta prática e isso é o que me deve ter lançado para o primeiro "lugar" da corrida sem sequer ter percebido que existiam mais corredores à retaguarda.

Agora, em termos de posições, posso ter ficado com o "ouro", mas a senhora mal educada e agressiva, nem "prata" ou "bronze" teve. Que descaramento! Dar um encontrão e me acusar de passar na frente! Fiquei mais sentida com isso do que com o gesto de brutalidade. Porque não gosto de injustiças e, de facto, não gosto de ver pessoas a passar na frente das outras e desrespeitar intencionalmente a ordem de uma fila. Mas tendo eu atenção para com terceiros, achei a sua acusação muito injusta!

Se não gostou que lhe passasse à frente, devia experimentar fazer o mesmo tipo de exercício que faço! Três corridas, uma de quase 20 minutos, sempre a subir, e fica logo em forma. Talvez aí me ultrapassasse. Mas tenho eu culpa de ser mais rápida??
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Acabei por lhe dizer, na saída, que achava que me devia um pedido de desculpas. E a mulher responde: "amanhã a gente se vê". A típica resposta de um mentecapto, o recorrer à ameaça.
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O meu consolo é que Deus tudo vê e Deus castiga!

Não gosto de gente injusta. Aquelas pessoas que correm a ultrapassar os outros só para apanharem um lugar sentados. Detesto gente que provoca, que incentiva à desordem, que é mal educado e falta com a educação que todos devemos demonstrar pelos outros.
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Repito:
O meu consolo é que Deus tudo vê e castiga!

domingo, 3 de outubro de 2010

Este blog não está morto!

Já faz algum tempo que não escrevo neste blog, mas não passa um único dia em que não pense ou não tenha motivos/vontade de o fazer! Têm acontecido as mesmas coisas de sempre... a vontade de desabafar permanece. Das últimas notícias sobre a CARRIS que têm vindo ao lume, apeteceu-me comentar a da colocação de internet nos autocarros. Aliás, as notícias divulgadas para os media são sempre maravilhosas, passam a sensação que tudo é maravilhoso e mais maravilhas vêm a caminho. No entanto, a m#r?@ continua a ser a mesma!

Continuo a correr para os apanhar, e quase sempre aquele que quero está à frente daquele em que estou. Espera-se muito tempo em horas cruciais nas paragens e os autocarros são como as mulheres que vão à casa de banho: vêm todos juntos! Ou seja: acabas de perder um, não tens logo outro, porque eles gostam de viajar colados uns aos outros! É INFALÍVEL! Esta semana perdi o transporte principal, que passa de hora a hora por 3 SEGUNDOS. E tudo porque nenhum dos 4 autocarros soube chegar desgarrado um do outro... A falta de civismo dos automobilistas também é uma causa de atraso, pois atravessam-se e não deixam o autocarro seguir caminho. Um atrás do outro, e os passageiros a bufar no interior ou a lançar pragas, como é o meu caso :)

Continua a haver a falta de higiene do costume, é raro o dia em que utilizo um transporte que não tenha mau cheiro. Pessoalmente, continuo a ter "mel", pois as pessoas, tendo todo o espaço disponível, continuam a encostar-se a mim, muitas vezes até impedindo a livre circulação de passageiros. Se calhar não é mel... sou invisível! Num destes dias uma mulher colocou-se a meio da passagem, mesmo à minha frente. O autocarro tinha lugares livres, tanto cadeiras quanto saídas e espaços próprios, mas ela decide ficar ali, visivelmente a atrapalhar. Vem outra passageira, pede licença para passar e tem de forçar a passagem, porque a outra mulher, a falar ao telemóvel e de costas estrategicamente viradas, não desviou a bunda.

Mas este BLOG não está morto também porque continua a receber comentários, existindo mais dois no POST sobre "viajar de borla" e um outro no "animais nos transportes". Vale apena ler!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Vermalejado?

Há dois dias pintaram as ciclovias do Campo Grande de um vermelho alaranjado. Estavam "de fresco" quando lá passei, ainda que tivesse de seguida visto um desportista a correr nelas. 12 horas depois, as mesmas estavam tão "sujas" que pareciam ter meses de uso. Para quê pintar, então?

Fiquei um tanto ou quanto triste porque antes, estavam vermelhas e também devidamente marcadas de branco. Achava piada aquele tracejado com a pintura de um peão de um lado e de uma bicicleta do outro.

Pergunto: para quê isto? Será a vinda do Papa a Lisboa a responsável? O vermelho ofende? O laranja é melhor? Saiu uma norma da comunidade Europeia a "banir" ciclovias vermelhas? Fazem mal ao ambiente? Há saúde? Ou simplesmente enganaram-se no tom deste vermalejado?

quinta-feira, 18 de março de 2010

Nos transportes... o que me irrita!

Hoje foi um dia desconfortável para andar em transportes públicos. Não porque existisse muita gente, não porque me pisaram mais uma vez ou tossiram para cima de mim mas, pelo simples facto não ter andado num veículo cujo cheiro não fosse desagradável.
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O autocarro que apanhei às 8 da manhã cheirava a urina na área onde encontrei um lugar. Uma criança de uns 4 anos até disse "alguém fez xixi". A seguir entro na camioneta e só encontro lugar nuns bancos que cheiram a "falta de higiene". Sabem quando passamos por um uma pessoa suja, como um certo tipo de ciganos que não se lavam, e o cheiro está entranhado e é desconfortável? Foi esse o cheiro. Ainda por cima, o trânsito estava congestionado. Quando finalmente avancei para a frente da camioneta, a diferença que se fez sentir!
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Todos os dias encontro as mesmas pessoas nos transportes. Algumas têm hábitos que me incomodam. Existe o fumador inveterado que, mal entra e se senta começa logo a ressonar. Como me enervou hoje! Depois tem a rapariga com o telemóvel colado à orelha. Vai a viagem toda a falar nele! Mas aquele comportamento mais estranho, mais absurdo, a meu ver, é o de uns indivíduos da Europa de Leste. Estes dois homens viajam juntos, conversam, são amigos mas... quando entram na camioneta, ocupam quatro lugares!!!
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Sentam-se cada um na sua fila, lado a lado, ambos do lado da janela das filas paralelas e conversam a viagem toda! Aquilo faz-me confusão. Lá de onde vêm têm o hábito de se sentarem lado a lado para falar? Tem de ser de janela para janela? Ainda por cima, torna-se mais incomodativo para os restantes passageiros... nem se podem sentar na coxia, pois os dois estão o tempo todo a conversar! Acho este comportamento tão estranho! Mês após mês, lá estão eles, a "tricotar" numa língua estranha, com dois assentos e um corredor a separá-los! Chegam juntos, conversam cá fora lado a lado e juntos e depois entram na viatura e sentam-se lado a lado, cada um na sua fila e à sua janela!
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Outra coisa que me incomoda com as pessoas, é a falta de respeito pela ordem de chegada à paragem. Quando a camioneta chega, correm logo para entrar. Irrita-me umas mulheres que se enfiam no café, protegidas da chuva e do frio e, quando vêm a camioneta a chegar, atravessam a estrada e enfiam-se logo lá dentro, como se tivessem prioridade! Uma vez cheguei à paragem e só lá estava uma pessoa. Entretanto aquilo enche de gente, a camioneta chega e eu sou a última a entrar! Que injustiça.
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Nos autocarros passa-se o mesmo. Vejo pessoas mais velhas que chegaram depois a meterem-se à frente como se um pouco mais de idade lhes desse mais direito. Vejo pessoas com crianças a se meterem à frente. Mas aí, confesso, sou mais benevolente. Não me incomoda tanto porque, uma criança tem um metro de altura e pouca capacidade para viajar de pé. Ainda assim, há quem as veja e não lhes ceda lugar.

Irrita-me também que possa estar numa paragem há 10 minutos e tê-la quase vazia, para depois, no momento em que o transporte chega, esta encher-se com tanta gente que nem se sabe de onde apareceram! Hoje foi assim e fiquei desapontada com o comportamento das pessoas. Todas a enfiarem-se, a correrem, a passarem à frente de outras. Fui a última a entrar e calhou-me o assento mal-cheiroso... mas o pior é que não gosto de não ter tempo para me estabilizar antes do veículo arrancar. Não gosto. É por isso que me incomodam as "lesmas" que são aquelas pessoas todas apressadas, que se metem à frente, e uma vez dentro, não andam!
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Também me irritam as pessoas que, atrás de ti, decidem dar uma "corridinha" para te ultrapassarem e, depois, ficam à tua frente, "coladas" a ti. Epá: a paisagem é grande! Sai da minha frente! Para quê correr se não é para ganhar distância??
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Ontem, uma mulher atrás de mim vem a correr e passa-me à frente, para parar mesmo à minha frente! Ainda por cima, ao fazê-lo, obriga-me a diminuir o ritmo da passada. Ultrapasso-a sem esforço. Ela dá outra corridinha e volta a parar à minha frente! Parecia apressada, mas, pelos vistos, não queria chegar a lado nenhum depressa, porque parava sempre à minha frente! Voltei a ultrapassá-la sem dificuldade. Mais uma vez, a mulher dá uma patética corrida, ultrapassa-me e pára à minha frente. Ok. Queres ver o que é correr? Corri e ultrapassei-a. Em segundos já estava distante. Isso sim, é uma ultrapassagem pedonal! Agora o que ela fez... equivale a alguns automobilistas que só querem passar à frente do autocarro mas depois são umas lesmas que não o deixam andar!
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Depois de a ultrapassar, a mulher deu outra corridinha. Mas esta teve de ser demorada... eu estava longe! Sabem aquelas pessoas tão em baixa forma que, ao "correrem", na verdade, estão a andar? Ela era assim. Os seus passos eram tão curtos, que a "corrida" era mais ilusão que outra coisa. Era só o barulho dos saltos a bater no asfalto apressadamente porque, distância, a mulher se andasse, ganhava mais. Andar apressadamente teria sido mais veloz que dar pulinhos. Cansou-se e não ganhou terreno algum. Há muita gente fora de forma! Mas, para se correr, tem de se abrir as pernas amplamente, dar largas passadas. Ninguém corre com um pé imediatamente diante do outro! Assim está a pular...

quinta-feira, 11 de março de 2010

Novas paragens avenida Brasil

Avenida do Brasil - Lisboa
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Quem conhece este percurso sabe que esta é uma Avenida movimentada, na qual, no sentido Rotunda do Relógio/Universidade existe umas paragens que são mais movimentadas que as restantes. Localizadas na última paragem antes da curva para o Campo Grande, este local funciona como a zona "afluente" da avenida: ali páram todos os autocarros que chegam das transversais e do cimo da rua. Mas com as obras no passeio para albergar a ciclovia, esta paragem coberta, um tanto útil nos dias de frio e vento, precisou ser alterada. E assim, com a obra finalizada e já com as estacas colocadas pela borda do passeio, estranhamente, nenhuma ciclovia foi feita neste trecho do passeio. As paragens voltaram ao local, mas diferentes. Uma coisa fizeram bem feita: separaram os autocarros por 3 paragens, mas de forma a que a disposição impede a aglumeração do passado, que fazia com que as viaturas ficassem ali em fila, esperando à vez a altura de largar a apanhar passageiros.
As pessoas ainda andam um pouco perdidas, mas a circulação parece fazer-se melhor. Com a configuração anterior (três paragens cobertas lado a lado a curta distância, como mostra a imagem), os autocarros tinham de ficar em fila "indiana" a aguardar a vez do trânsito andar, para um deles se enfiar e andar. O segundo repetia o processo e, se a intenção era apanhar o terceiro, está-se já a ver... levava 5 minutos até a viatura chegar até à paragem! .
Porém, nem tudo pode ser um mar de rosas. E essas paragens cobertas, com assentos, foram simplesmente substituídas por postes. Postes e placas. Ao relento e com chuva, não devem ser nada agradáveis. Ainda mais porque, estranhamente, o passeio também encurtou... mas não há ciclovia! O passeio está mais curto... que raio??
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Lisboa prepara-se para infernizar o dia-a-dia dos Lisboetas. É o que vêm aí obras! E onde? Na segunda circular e na Calçada de Carriche! Vai ser um inferno... só de pensar, desejo emigrar!

sexta-feira, 5 de março de 2010

Sede de sangue

O que se passa com as pessoas e a sua ânsia por espreitar acidentes rodoviários?
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Há umas semanas, na paragem do autocarro, local movimentado, onde pessoas sobem e descem o passeio, noto derepente, algumas a parar ao meu redor e eis que uma diz a outra:
-"Ai, aquela senhora caiu! Ai, e foi porque estava a correr para apanhar o autocarro! Ai, está no chão e ninguém a ajuda! Há, já está alguém... e não apanhou o autocarro!"

Enquanto a mulher não regressou à posição vertical, aquelas pessoas não avançavam e ficaram literalmente paradas ali, estanques, a olhar (e a comentar) a desgraça. Quando um senhor ajudou a acidentada a levantar-se do chão, de imediato as voyeurs se puseram a caminho. Digam-me lá: se não é para ajudar, depois de olhar para se perceber o que se passa, porquê não continuar o caminho?
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Hoje passou-se a mesma coisa. Estava no autocarro, sentada no banco atrás do motorista e, ao fundo, quase todos os lugares estavam vazios. Por isso estranho muito quando, numa paragem, entram um homem e uma mulher e ambos ficam ali, à minha frente. Irrita-me quando as pessoas, com tanto espaço, ficam próximas de mim. Devo ter mel, já o disse... O autocarro não andava. O trânsito... aí ouviu-se um apito. Duas mulheres estrangeiras que viajavam ao meu lado, levantaram-se. Pensei que iam sair, mas não... mais duas que ficaram ali á minha frente, a obstruir a minha visão e a perturbar o meu conforto espacial.
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O autocarro não anda. Está a chover e, do meu lado, as janelas são todas água. Não se vê nada para fora. Talvez por isso, sentei-me de lado, com as costas para o vidro, a olhar para a janela da frente, onde alguém tinha passado a mão para limpar a água. É através dessa área que vejo três mulheres de batina branca, junto com outras, o olhar com muita atenção alguma coisa. Todas olhavam na mesma direcção, uma até, fumava um cigarro. Trabalhavam na farmácia em cuja porta estavam, decerto. Dia de chuva e as pessoas de pé, tanto dentro do autocarro quanto na rua... e o autocarro não andava. Percebi logo que se tinha passado alguma coisa na estrada. As mulheres à minha frente começaram a falar. Uma delas, abandona a língua materna e num português afectado tenta dizer que, quando viajou no sentido contrário também se deu "a mesma coisa". Que não gostava de taxis, que também tinha sido com um...
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Finalmente o autocarro começa a andar e desvia-se de algo. O olhar das pessoas "abre-se" em espreita e todas, exceptuando a rapariga oriental que não largava o aparelho electrónico, procuram ver o que se passa. A mulher estrangeira que se levantou lança-se à minha frente e começa a esfregar frenéticamente o vidro aguado. Através dele avisto um polícia, depois uns paramédicos e muita gente à volta de alguém estatelado no chão, que recebia um colar cervical. O autocarro move-se depressa, afasta-se e as mulheres estrangeiras voltam a sentar-se nos mesmos bancos. O homem e a mulher que entraram vão para o fundo do autocarro e sentam-se. Ela começa a comer algo e mastiga de forma muito evidente.
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Dou por mim a pensar na sede que as pessoas têm para ver sangue! E a banalidade com que o fazem... uma a fumar, enquanto assistia ao espectáculo, outra foi comer qualquer coisa. Como se fosse cinema...
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O meu primeiro pensamento foi para o acidentado: desejei que estivesse bem. Depois pensei para comigo, quantas vezes terá aquela pessoa passado naquele lugar. Será que alguma vez imaginou que, um dia, as suas costas iam estar em contacto com o asfalto naquele preciso lugar? Que, um dia, ia estar a olhar o céu e a sentir a chuva a lhe cair em cima, estatelado ali no asfalto enquanto pessoas o tentam ajudar? O quanto os problemas do quotidiano devem parecer insignificantes, e tudo pequeno, quando se está numa situação daquelas... depois pensei se, um dia, não poderá acontecer comigo a mesma coisa? (Cruzes! Espero que não!). Se, um dia, também eu desconheço em que canto vou ficar...
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Enfim. Pensamentos. Mas que servem, essencialmente, para realçar a postura das pessoas diante um cenário acidental. São cheias de lamentos, ficam a ver e, depois, quando o espectáculo termina, vão à vidinha...
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Resta-me contar o que aconteceu depois, no dia em que a senhora caiu ao correr para tentar apanhar o autocarro. Alguém a ajudou a levantar-se logo de imediato e, aparentemente, foi uma queda sem gravidade. Talvez tivesse ficado dorida e com o joelho ferido ou esfolado. Como a pessoa estava numa paragem à frente, não prestei atenção ao seu destino. Passaram alguns autocarros que pararam na paragem dela, pelo que deduzi que já tinha seguido caminho.
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Dez minutos depois, chegou o autocarro que esperava. Entro e sento-me no banco atrás do motorista. Estou carregada de sacos de compras, tenho o guarda-chuva no braço e estou a insistir com o passe, que não quer acusar a luzinha verde na máquina! Pelo que, o extra-espaço desse assento é bem-vindo porque permite-me viajar sentada e com sacos sem perturbar os restantes passageiros com o volume que carrego. Um homem senta-se no banco ao lado e alguns outros passageiros entram e sentam-se. Eis que, a última passageira a entrar, fá-lo já com um "Ai" nos lábios! E repete-o umas tantas vezes. Fica ali parada à entrada, mas não avança. Isso irrita-me.
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Entre "Ais", toca no joelho e diz, sem procurar sentar-se, que caiu quando ia a correr para apanhar um autocarro. Percebo que é a tal senhora. Mas pelo facto dela estar, claramente, a "choramingar", com a intenção de fazer com que um de nós que ocupou os lugares dianteiros se levante para lhe ceder o lugar, não me compadeço. Destesto chantagistas emocionais! Até comecei a ver toda a situação com maus-olhos! Ao perceber que ninguém se levanta, avança um pouco mais e fica a cobiçar um dos assentos prioritários. Aqueles vermelhos, cujo autocolante indica que devem ser ocupados por pessoas necessitadas, deficientes, mulheres grávidas, idosos, etc... em caso de necessidade. Uma senhora oferece o seu assento. E a "acidentada" estava para aceitar mas, num autocarro com ainda muitos lugares vagos, lá viu um melhor, um que lhe agradou mais, um individual, e dispensou aquele que lhe foi cedido.
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Detestei ver alguém aproveitar-se de uma situação acidental a qual, aparentemente, não teve consequências de maior, para, 10 minutos depois do sucedido, tentar usá-lo para tirar proveito próprio. Que feio! Feio, feio...

quarta-feira, 3 de março de 2010

Sopa de ruídos: o meu ingrediente é...

De todas as experiências desagradáveis que um utente da Carris pode experienciar no interior de um autocarro, uma das que mais me desagrada é estar a escutar música alta. Proveniente de aparelhos portáteis, já não é a primeira nem a 10ª vez que entra no autocarro um passageiro com um aparelho desses, mas que, estranhamente, emitem som para fora sem necessitar de quaisquer fios.

Desculpem a minha total falta de "cultura" tecnológica mas, há muito que deixei de estar a par dos progressos feitos neste campo. Serão MP3, MP4? Outro tipo de coisa qualquer? Não sei, não me interessa, só me irrita!

Acho que é pura e simplesmente uma falta de educação. É de um egoísmo extremo, achar-se tão importante assim, que se tem o DIREITO de impor ruídos aos outros. Acho repulsivo, desprezível, nojento até.
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Noutro dia estava no fundo do autocarro e entra um rapaz com uma dessas coisas a dar música bastante alta! Desejei que ficasse pelo início da viatura mas não! Tinha de vir para pertinho de mim. Eu viajava de pé, ele mal chegou e vagou um lugar, sentou-se nele com aquilo a tocar muuuito alto e pôs-se a ler um livro! Será que não tem discernimento para entender que não está em casa? Pouco faltou para por os pés em cima do assento na frente!

Um rapaz atrás de mim não se faz de rogado: coloca os phones nos ouvidos e começa a ouvir o seu estilo de música. Infelismente, essa também ressoava bem aos meus ouvidos. Boa! dois tipos "colados" a mim a produzir ruídos! Estava no inferno e aquele autocarro não queria andar! Imaginem o que é estar a ouvir 2 estilos bem diferentes de música, ao mesmo tempo, e não desejar nenhum...
Um inferno!
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Aquilo fez-me desejar ter também o meu "fabricador de ruído" e comecei a pensar no estilo de música que eu gosto... calma, tipo opereta. Imaginem então se cada um de nós escutasse bem alto o que bem lhe desse na telha. Se dois já é impossível, olhem só o que a mistura de todo o tipo de músicas ia dar: uma sopa insuportável de ruídos!!

Da próxima vez, já que têm tanta atenção para com os restantes passageiros, vou presumir que se trata de uma rádio de pedidos. Chego perto da pessoa e pergunto se tem um fado da Amália Rodrigues!
A bem da verdade, para se ouvir muitos dos "estilos" que alguns ouvem, mais vale ouvir gatos a miar e unhas a arranhar uma ardósia. O efeito é o mesmo. Humm... e se me apetecer escutar isso mesmo? Adoro aquelas músicas em que os cães ou os gatos latem uma melodia popular.... vou arranjar um daqueles aparelhos infernais e começar a escuar isso. Tenho o mesmo direito, ou não?
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Entretanto, sentada no banco por detrás do motorista, presto atenção ao cartaz que, basicamente, informa sobre os DIREITOS E DEVERES das partes. Na 3ª alínea do final fazem referência ao ruído e é dito que é necessário levar em conta o conforto de todos os utentes. Antes disso, falam da fiscalidade e das multas em caso de título inválido de transporte. Então pensei: e os fiscais? Servem para fiscalizar quem não cumpre esta norma também? Pois deviam! Não é só no dever de "caçar" o dinheiro que assenta a responsabilidade de fiscalizar o ambiente do autocarro. Está também implícito, a meu ver, que tudo o que vem definido naquele cartaz seja cumprido. A higiene, os ruídos... os fiscais deviam observar os tampos de luzes desaparafusados e soltos e apontar. Os corrimãos soltos, partes partidas... devia existir os FISCAIS DA LIMPEZA e os DA SEGURANÇA. Os dos bilhetes... é pouco, para tanta infracção que ali se vê cometida! Por ambas as partes!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

ERAM MAIS (fiscais) QUE AS MÃES (passageiros)!

Hoje vi fiscais da Carris por todo o lado! Tenho a sensação que eram mais que os passageiros!
Penso que não viajei num autocarro sem encontrar um! E olhem: hoje andei muito! Até me enganei, tive de voltar atrás, esperar por outra viatura... não contei, mas conto agora.... apanhei mais de 8 autocarros! E se disser que, nesses, acho que em apenas um não vi fiscais...
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Bem... uma vez li que a Carris ia ser processada ou tinham apresentado queixa, porque, ao invés de meter mais pessoal para executar essa função de fiscalidade, tinham arranjado uma forma de fazer "batota", contratando pessoas formadas em segurança, através de intermediários, pagando-lhes, claro, menos e tendo menos despesas.
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Não sei se é essa a razão de ter visto, da outra vez, fiscais de farda azul e ter visto, os de hoje, todos de farda vermelha. Devo dizer que gostei de os ver a trabalhar: simpáticos, a cada bilhete devolvido diziam "obrigado". O que, passado uma hora, devem dizer umas 500 vezes!
Um dos fiscais detectou um passageiro com título inválido. Depois distraí-me mas vi-o a dirigir-se ao detector e passar um bilhete, que depois devolveu a esse passageiro. Também achei um gesto bonito. A pessoa, parece-me, estava a usar um bilhete que era inválido apenas porque já tinha passado uma hora desde a validação. Ora, não seja por isso que vão multar alguém!
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O que testemunhei numa outra ocasião não foi bem assim, por isso, gostei da humanidade do gesto.
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Nunca tive problemas com a fiscalidade. Apenas uma vez pude sentir que o fiscal (também simpático e de farda vermelha) pareceu desconfiado da minha sinceridade. É que estava em cima da hora para apanhar a camioneta e os fiscais tinham entrado uma paragem antes de ter de sair. Acontece, para meu espanto, que um deles chega-se à pessoa ao meu lado, pede-lhe o cartão e depois, já vou eu a estender o meu, e este passa por mim, ignora-me, e vai a outra pessoa. O autocarro pára na paragem que quero sair e já me preparo para correr. Para ser rápida, dirijo-me à porta que fica mais perto da direcção que quero tomar e, com isso, um outro fiscal deve ter achado estranho e barra-me a saída, já o autocarro está parado e as pessoas a abandoná-lo. Eu digo-lhe que estou com pressa mas ele insiste que não demora tempo algum. Tenho 60 segundos para chegar à camioneta e um percurso que demora 180. Estou com pressa!!! Ele coloca o cartão no aparelho e aquilo não faz nada. Nem um som, nem nada e ele vira o passe e faz tentativas e eu desespero: quero sair! Digo-lhe que carreguei o passe na véspera e sei que ele "apitou" quando o passei na máquina mas que tinha de ir embora. Ele não mostra disponibilidade em aceder ao meu pedido de pessoa apressada. Mas aí, eis que a máquina lá o avisa que não estou a mentir. Devolve-me o cartão e eo desato a correr como doida!
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Agora tudo está automatizado. Cada vez mais, a privacidade dos nossos movimentos é inexistente. Só pelo passe da Carris, sabem quantas vezes andámos num dia, onde fomos, a que horas, por quanto tempo... só falta conhecerem-nos os horários de ir à sanita! Ainda assim, aposto que existem firmas no mundo que fazem esse controlo.
Bem... mas tudo isto para contar este facto. Toda a rede de transportes da Carris parecia estar a ser fiscalizada hoje. Na verdade, assim que o autocarro paráva num sítio, no outro a seguir lá estavam mais fardas vermelhas! Chegou a ser cómico. A meio do dia, não contar com eles é que teria estranhado :)! Mas gostei de ver a sua presença. Se existem muitas pessoas a viajar ilegalmente, tem de existir uma forma de reduzir ou eliminar esse factor, porque não é justo que as pessoas que pagam, viagem em autocarros muita das vezes sobrelotados e, se calhar, quem vai sentado nem paga bilhete. A presença dos fiscais vai de encontro a essa mensagem que quis transmitir no post de ontem. Até dá que pensar: será que alguém de maior poder de decisão na Carris presta atenção aos singelos desabafos desta bloguista?

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Viajar de borla

Por uma série de acontecimentos infelizes, deparei-me com uma situação que dá que pensar. Estava no autocarro quando vejo uma "avalanche" de pessoas a sair. Mas, o estranho, é que sairam em duas fases distintas. Existiu ali uns segundos de espaço entre a multidão que abandonou a viatura.


. Coincidência ou não, nessa paragem estavam a entrar fiscais. Que, ao contrário de antigamente, não pedem o passe às pessoas de forma ordeira: dirigem-se directamente para a retaguarda e solicitam o título de transporte.


. Reviravolta da situação e eis que deparo-me a sair numa paragem onde os mesmos também saiem. Logo a seguir vem um outro autocarro e, com a abertura das portas, os colegas cumprimentam-se e o motorista diz algo como: "É bom te ver! Ainda bem que estás aqui. Entra cá". O outro, que tem o colega mais atrás, diz que não pode. O motorista insiste. Na realidade, ele pede cinco vezes ao colega. Na última, até frisa que este deve entrar. Mas o fiscal não está para isso e parte.


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Com que impressão fica uma pessoa? Que o autocarro estava cheio de pessoas que não passaram o passe! Fiquei a pensar nisso e eis que o motorista, que conversava com outro passageiro (amigo, talvez), começa a desabafar que é "a vê-los todos os dias a entrar sem título de transporte. Alguns, até nem trazem carteira, simplesmente entram". Fiquei a pensar na situação e hoje, enquanto viajava num autocarro de pé, pois não haviam lugares sentados disponíveis, dei por mim a pensar quantas pessoas sentadas viajavam sem título de transporte válido. Depois gerou-se em mim uma espécie de revolta. Porque a situação nos autocarros da Carris, já sabemos nós como é. Nem sempre é agradável. Porra, noutro dia alguém tinha urinado na cadeira, que o cheiro era nauseabundo! Outras vezes não chega a esse ponto, mas tem mau cheiro na mesma. São anos a usar os transportes públicos, vários meses multiplicados por anos a comprar o passe. Os gastos mensais com transportes rondam os 120 euros... e o que acontece?

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Não é justo que os cumpridores paguem pelos infractores. Andam uns poucos a pagar para não ter lugar sentado no autocarro e para outros andarem à borlix? E não existe perdão, nem distinção... Há! O motorista ainda disse que já conhece muitos de cara e que estes parecem saber onde os fiscais andam, pois nunca que estes os apanham...

Dá que pensar. Numa recente deslocação no metro, assim que trespassei a barreira da saída, percebi que tinha errado e saído na paragem errada. Quis imediatamente voltar atrás e voltar a apanhar o metro mas então entendi: já tinha perdido a viagem. O bilhete já estava validado com uma entrada e saída. Teria de usar outra viagem para sair na paragem certa... e é um facto!


. E tudo porquê? Porque o metro, que antigamente também tinha problemas de clandestinidade, automatizou tudo de forma a que as cancelas só abram e fechem à ordem do bilhete. A Carris não fez isso. Penso que a solução está aqui: a entrada para o autocarro só devia ser permitida mediante a validação prévia do título de transporte. Podia demorar mais um pouco, mas compensa! A menos que a Carris (ou entidade reguladora, não sei, não me "acusem" de estar sempre a atacar a companhia) não tenha interesse nisso. Afinal, uma multa avultada, aqui e ali, pode render esses passes todos! Quanto à justiça... fecha-se os olhos! E o povo que compra o passe, que continue a partilhar o espaço e os lugares com os espertinhos...


. O único porém desta ideia, é que pessoas com carrinhos de bebé teriam de entrar pela porta da traseira... pessoas muito obesas, bicicletas, etc... ou seja: as viaturas da carris não estão equipadas para isso. Ainda que a ideia pegue, olha a despesa!!! E tudo para quê? Para obrigar as pessoas a ser honestas? Mais vale andar deixar que as mesmas estiquem a corda e passar umas multas...

Por outro lado, ainda me lembro, embora vagamente, de entrar num autocarro e existirem dois (?) fiscais logo à entrada, naqueles lugares individuais virados para dentro, cujo assento de napa (que saudades do material!!) verde ou laranja... tinham uma prateleira de madeira amovível, onde as pessoas compravam o bilhete.... vaga lembrança. Postos de trabalho eliminados, mas que fazem falta. Podiam colocar aí uma cancela e as pessoas entravam à vez, com ou sem carrinho.

Ideias... na busca de justiça.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Quem corre sempre alcança

Interpreto esta expressão de forma linear.

As camionetas que partem do terminal do Campo Grande, ao contrário dos autocarros da Carris, são pontuais. Se não chegas a tempo, ela arranca. Ás vezes, até mesmo em cima daquele minuto. É por isso importante apanhar o autocarro certo para chegar a tempo. Para mim, trata-se de um percurso que leva 10 minutos, no máximo. Mas, por vezes, com o trânsito, o excesso de paragens inesperadas e tudo o mais, o autocarro leva o dobro do tempo a fazer o mesmo percurso. Por causa de todas estas variantes, tenho sempre presente o cálculo do tempo "mínimo-médio" necessário para ir para a paragem do autocarro sem correr o risco de não chegar ao destino a horas.
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Porquê todos os autocarros chegam ao mesmo tempo num mesmo local? - Respondam lá.
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Hoje dispunha de 35 minutos para chegar a tempo da partida da camioneta do Campo Grande. Pensei eu, claro, que, mesmo que levasse 20 minutos, ou 25, teria ainda 10 como margem de segurança. Mal cheguei à paragem e olhei para os minutos para o próximo autocarro, estarreci. 15 minutos! Para ambos... é muito tempo, tempo que a minha intuição de gato escaldado soube não poder dispensar. Ainda que me "sobrassem" 20 minutos para efectuar o trajecto de 10, soube que aqueles dígitos não eram abonatorios. Fui então até a paragem ao lado, cujos autocarros não me deixam sequer na rua que pretendo seguir, mas fica perto. Tudo para aumentar as chances de chegar a tempo. Ao dirigir-me para o placar deparei com "12 minutos" e "1o" minutos. Ora bolas! Assim não dá!
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Respondam lá à pergunta: porque é que TODOS os autocarros CHEGAM ao mesmo TEMPO ao mesmo local? Assim as pessoas não têm alternativas, não se safam!
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Pois a solução para mim estava clara: ir a pé! Até a paragem seguinte, está claro. O percurso, por uma avenida com muito tráfego automóvel a "desaguar" numa rotunda "tramada" para o peão, não é dos mais habituais para o pedestre. Mas é como correr atrás do pote do arco-íris: só ali estava a possibilidade de chegar a horas!
.Mas o
Coloquei o cronómetro do telemóvel a contar os minutos e segui a pé. 8 minutos depois, estava nas paragens dos autocarros que me podiam levar até MEIO do caminho, para depois apanhar outro autocarro para o Campo Grande. (10 minutos!...). Ainda bem que o fiz pois o autocarro que levava 10 minutos a chegar, quando surgiu no horizonte, não me teria dado hipótese de apanhar o primeiro que me apareceu. Entrei neste e saí, como previsto, a meio do percurso. Mas o autocarro que faz a ligação para o Campo Grande já estava na paragem, era o primeiro da frente, depois havia outro no meio, e o terceiro, o de trás, era aquele onde eu ia. Respondam lá outra vez à pergunta! Porque é que TODOS os autocarros CHEGAM ao MESMO tempo ao mesmo Local?
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Que fiz eu? As hipóteses de apanhar o autocarro a tempo eram escassas mas, a tal intuição de Gato Escaldado percebeu que, quem CORRE, ALCANÇA. E foi assim que entrei no autocarro a tempo.
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Ao chegar ao terminal do Campo Grande, passo por um relógio de rua e percebo que ainda tinha 25 minutos para gastar! CORRER compensa mesmo! Andar a pé, PULAR de viatura para viatura, apressadamente de um lado para o outro, é mais rápido que esperar por um autocarro directo! E contribui para o stress e a falta de tolerância entre os pares, mas está bem... a Carris assim conduz as pessoas (sim, não é um ataque à "pobre"...).
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Ao entrar na camioneta descubro que o horário dela, afinal, não era aquele que eu pensava. Ela arrancava 10 minutos mais cedo! Ainda mais sortuda me considerei. Quem corre sempre alcança, e esta é uma verdade para ser interpretada à letra!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Paragens frias, cigarros à vista

Não sei se é exagero meu, mas o odor do cigarro quando estou à espera do autocarro é algo incomodativo. Procuro uma "posição" onde fique menos exposta ao fumo mas, não sei se sabem, é difícil encontrar um canto onde aqueles químicos tóxicos não se sintam ao respirar...

Engraçadas

Ontem cheguei a uma paragem de noite, estava muito frio e alguma chuva e não consegui identificar a origem do cheiro a cigarro. Procurei uma posição, mesmo fora da paragem, onde não o respirasse tanto, mas não consegui. Coloquei-me de fora, mais acima, porque na véspera "engoli" uma nuvem de fumaça vinda de cima e achei que, se me posicionasse ali, estava a salvo. Olhei para o chão, para as muitas beatas ali, algumas com alguma coisa ainda por fumar, mas estavam apagadas. As pessoas à volta não pareciam estar a fumar. É impossível! Alguém tinha de estar! Estava a respirá-lo. Foi aí que, escondidinha num canto, tapada por pessoas, estava uma miúda de cigarro aceso.
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Mas porquê têm de ser sempre os fumadores a ficar resguardados no fundo da paragem, melhor posicionados do frio que os outros? Uma vez reparei que, numa paragem cheia, alguém acendeu um cigarro. Mais uma vez, estava tapado pelo vidro e outras pessoas à sua frente é que levavam com o vento e a chuva... todos tiveram de fumar o cigarro com ele. Noutra ocasião, um grupo de rapazes da escola, miúdos menores de idade, sentaram-se ao meu lado e um deles acendeu um cigarro. Fui forçada a levantar e sair. Pessoalmente, já me basta os fumos dos tubos de escape dos automóveis, o cheiro a queimado que, por vezes se sente no ar, entre outros factores poluentes. Mas ainda me lembro de uma ocasião em que um amigo levantou-se e, de pé, perguntou se podia fumar um cigarro. É sempre um gesto cavalheiresco!
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Se calhar, sou um pouco "afectada" no que respeita ao cigarro, mas prefiro não estar exposta a estar. Tenho colegas fumadores e estava a trabalhar quando uma se senta mesmo ao meu lado e aí permanece hora e meia. Toda ela emanada o pestilento odor do tabaco. Foi imediata a sensação de desconforto. O raciocínio ficou mais lento, a capacidade de concentração também... Não me dou bem com estes fumos.
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Mas a respeito de toda esta situação, já que falamos de liberdades individuais, ainda me lembro (e lembrarei sempre) o quanto era mal visto pela sociedade criticar o fumador. Tinha-se de tolerar estar num restaurante, fazer uma viagem de 3 horas num autocarro, num comboio etc... com fumadores, que fumavam cigarros uns atrás dos outros. Nada era proibido como é agora. O que eu inalei... Deus! Como inalei tabaco na vida...
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Mas ficava mal, eras trocidado por mencionar isso. Depois mudam as leis e ninguém sai prejudicado. Os fumadores até apreciam a pausa para o "café" no exterior, serve para conviver e sair do espaço de trabalho.