quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Animais nos transportes

Logo depois de ter aqui criado um tópico sobre este assunto, no dia seguinte deparei com outra situação. Desta vez, um homem com um carrinho de rodas daqueles que servem para transportar a mercearia, transportava ao invés disso, um cão. O focinho do animal estava de fora, para que respirasse. O homem faz sinal para o autocarro não arrancar e entra, com o cão no carrinho, acabando por não ser nada discreto. Reparei que o motorista percebeu, os passageiros também. Ninguém disse nada. Voltei a ver esse homem mais vezes, sempre com o cão, dentro do carrinho. Hoje voltei a assistir á cena. Vi o olhar do motorista para o rosto do cão a sair pelo canto do saco e sei que sabem que o homem transporta o cão.
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É caso para dizer que vale a pena ocultar. Fingir que não sabe, fingir que não se vê. Tem melhor sorte que o outro, na altura do Natal, que entrou com um minúsculo caozinho ao colo embrulhado num casaco, pediu licença e foi expulso...
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De resto só me resta opinar que nada tenho contra estas cenas que presenciei. Não vejo mal no transporte de cães deste porte. Ainda mais, pude ver o cão antes deste ser "ensacado" e adorei o bixo! Sabem quando um cão tem personalidade? Sabe o chão que pisa, é esperto, inteligente? Sagaz? Divertido? Era aquele! Ainda mais, fez-me lembrar o meu saudoso animal de estimação de infância...

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sábado, 22 de agosto de 2009

O caminho do paraíso... assim espero!

Prometi que actualizava o assunto do post anterior, então cá vai:
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O tal caminho pelo jardim, que tanto aprecio e em cujo percurso deparei, uma manhã, com sinais de trânsito, não deve estar destinado ao extermínio. Os arbustos e árvores, as oliveiras, foram todas cortadas em alguns ramos, é verdade, cortes feitos para que fosse possível a passagem de viaturas, sem que os ramos o perturbassem, isso é visível. Mas a razão não se prende com nada egocêntrico ou económico, como quase sempre é a motivação por detrás de qualquer obra pública.
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A razão de tudo isto prende-se com a presença do centro médico ali ao lado. Um posto que muitos lamentaram ter sido parcialmente desactivado e que, agora, reaparece como que Félix das cinzas, para servir a população de uma forma muito nobre: é um local de triagem para a gripe A. De facto, todas as manhãs o segurança está à porta, com uma máscara no rosto. Ainda não prestei atenção, mas outra pessoa que passou perto diz ter visto um cartaz a pedir para que a entrada se antecedesse da lavagem das mãos e o uso de máscara.
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Estou meio por fora de todo o assunto da gripe A, mas sempre me passou a sensação que os responsáveis estão a fazer um bom trabalho. Estão a prevenir-se a tempo, a fazer de tudo e do melhor para combater a ameaça. Como sempre tive os cuidados que convém ter para evitar o contágio, não alterei a minha rotina, a não ser para o estado de alerta ser maior.
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Agora fico a aqui a contemplar a nova sorte daquele percurso pelo "jardim". O novo papel que aquele pequeno pedaço de chão pode vir a desempenhar. Para mim, como contei, sempre foi um "pequeno troço paradisíaco", com a natureza para nos acolher. Percebo agora o peso do significado da presença da sinalética. Se uma ambulância atravessar aquele jardim, é porque leva alguém que teve a infelicidade de contrair o vírus e este é altamente contagioso. Fico a torcer, a fazer figas, para que nenhuma ambulância alguma vez seja ali vista e nunca tenha de atravessar pelo espaço antes ocupado pelos ramos das oliveiras e pelo arbusto das rosas vermelhas. E se passar, que o caminho lhe sirva de "bom agoiro", que a natureza proteja e atribua essa protecção a quem precisar.
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Uma característica que sempre gostei na zona que vivo (embora poucos apreciem) é a força do vento. Esta zona é tão ventosa que a vontade dos ventos dobrou aço e venceu a vontade dos homens, que insistiam em colocar outdors publicitários ou políticos em locais onde o vento os mandava abaixo. Lembro-me perfeitamente, de ter de entrar no autocarro, pisando o aço de um desses outdors, que o vento conduziu ao chão. Agora, esse mesmo vento, que sopra de longe mas chega aqui com força, pode ajudar a propaguear o vírus.
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Espero que este Inverno que se aproxima seja bom para nós e os casos de pessoas infectadas fiquem muito abaixo das expectativas. Que ninguém venha a morrer, é outro desejo. Já tive gripe. Mais que uma vez, mais que duas e três, e já tive gripe no Verão... não desejo a ninguém. Quem já teve gripe nunca mais precisa de perguntar qual a diferença entre estar constipado e estar com gripe. A diferença é enorme! Senti a minha mortalidade quando estirada na cama, com dores por todo o lado, com gripe e a não aguentar muito mais.

É preciso mesmo ter muito cuidado com estas coisas. Pensamos sempre que acontece aos outros e SOMOS NÓS que temos de nos prevenir. E que tal lavar as mãos como nos dizem, limpar com frequências as superfícies que são muito usadas, ter atenção no que se toca nos locais públicos e muito frequentados, e que tal, mandar o acanhamento às urtigas, e usar máscara? Luvas descartáveis, lenços para abrir portas ou para tocar em maçanetas. É que, se não nos contaminarmos, também não passamos aos outros.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Recanto de paz em perigo de extermínio?

A caminho da paragem do autocarro, avistei uma coisa insólita, que me deixou numa tristeza duradora. Uma hora depois de avistar o que vi, ainda estava mergulhada numa lamento profundo.


Mas o que vi? Para a maioria nada de mais, suponho... mas para mim, foi como se algo que gosto muito estivesse a ser ameaçado de deixar de existir. Penso que é o caso.

O que vi foi um sinal de trânsito no meio de um caminho de jardim. E depois vi outro, e depois outro. Em ambos os sentidos, sinais de trânsito! Naquele caminho que, pessoalmente, considero a parte mais gostosa do percurso. Um pequeno jardim - nem assim se pode chamar, não fossem os muitos arbustos e as muitas árvores aí plantadas parecerem querer reclamar para si essa condição.


Este pequeno caminho por entre os arbustos e árvores sempre me deliciou. Há mais de uma década dei por mim a confessar a uma amiga que este torço era a parte mais relaxante do meu percurso, o lugar onde podia respirar fundo e sentir o aroma da natureza. Na altura tinha de esperar um autocarro na avenida Infante D. Henrique, junto à linha de comboio semi-utilizada (?), numa paragem praticamente inexistente, que consiste apenas no varão metálico com a placa identificativa. O espaço de chão que este precisa, é o espaço que o peão tem. A distância entre mim e o incessante passar do trânsito, praticamente não existe. Além disso, vinha do local de trabalho, com um ar circulante quase irrespirável. A lei da proibição do fumo no interior de edifícios ainda estava longe de entrar em vigor e todos fumavam na sala de espera, lugar sem janelas. A concentração do fumo dos tabacos era tanta, que até a visibilidade ficava perturbada. Após 8 horas desse martírio, sair para a rua sabia bem. Não fosse a paragem de autocarro situar-se praticamente na avenida e ter os veículos a passarem rentes a mim. Por isso, quando chegava ao meu destino, a "salvação" de todo este martírio, era me dada, como que um presente, por aquele pequeno pedaço de caminho relvado, ladeado de árvores e arbustos que, na Primavera, se enchem de muitas flores brancas, dando ao percurso aromas perfumados e alegria. Sempre me lembrava da lenda das amendoeiras, que o nosso rei mandou plantar para aplacar a nostalgia da sua raínha que vinha da neve... Para mim, o efeito era o mesmo..

Costumavam existir uns pilares de pedra a impedir os veículos de passar para esse caminho relvado. Noutro dia, ao passar, vi que tinham cortado uma das oliveiras e imediatamente pensei: "Ó não! Que não seja a minha Oliveira!". Sim, tenho uma oliveira preferida entre as tantas que ali estão. Uma cujo formato e sorte permite que me sente nela, como se de um assento se tratasse, a usufruir da sua sombra. Sombras... tão acolhedoras que são, debaixo deste imenso sol. As pessoas costumam se abrigar nelas ao invés de esperar o autocarro na escaldante paragem, com o sol a bater.
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É por isso e por outras que me custa presenciar certas coisas. A Carris faz paragens que são um atentado aos princípios práticos. De Inverno, deixam entrar água por todo o lado. Os assentos estão sempre encharcados. Uma vez procurei abrigo da chuva numa paragem e acabei mais molhada do que se tivesse continuado na rua, com o guarda-chuva. A água escorria pelas aberturas, salpicava como uma torneira aberta no assento metálico e fazia ricochete para as pessoas. Não se conseguia estar à beira, por causa da chuva e da água a escorrer do telheiro. Não dá para encontrar um maior abrigo no fundo, porque é aberto e a água consegue entrar melhor, escorrendo pelos veios do telheiro. Arre! Cheguei a casa com o casaco molhado em sítios onde não pensei ser possível ficar. Até os bolsos das calças estavam molhados pelo interior! E o casaco era comprido... No Verão, o alumínio e os vidros das paragens da Carris acumulam o calor que até queima uma pessoa ao contacto. Mas o pior das paragens da Carris, são os seus estúpidos cartazes publicitários. Colocados de modo a bloquear totalmente a visibilidade. Normalmente vêm-se as pessoas a esperar de pé, junto à berma, para conseguirem avistar o veículo a se aproximar. Não dá para esperar sentado porque se corre o risco do autocarro passar a grande velocidade sem parar.
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Agora resta-me aguardar para tentar perceber o que vai acontecer ao meu recanto de paz. Onde se fazem vias para passar carros, acaba sempre que se destrói a natureza. O peão vê-se privado do ar mais puro que a mesma traz e, além disso, tem de contornar novos obstáculos, os próprios carros, muitas vezes estacionados individamente. O ar da cidade, já de si pouco recomendável para a saúde, a ser prejudicado pelo extermínio deste recanto que oxigena! Tubos de escape a passar perto, a substituir o perfume de flores, de rosas e outras tantas... estou a me sentir de luto.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

20 cêntimos...

Tenho muitas novidades para contar!

Bem, não são tanto as novidades, quanto é o inusitado de coincidências. (Vou jogar no Euromilhões!). Hoje tive de andar muito a pé. Vi-me numa situação daquelas que não lembra a ninguém... o passe da Carris expirou. Tenho cartões recarregáveis com viagens comigo, mas só davam para uma ida, não para a volta. O cómico desta situação é que não tenho nem um, nem dois cartões, mas uns 10! E todos expirados...

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Aqui tenho de fazer uma crítica ao sistema encontrado pela CARRIS para o carregamento dos mesmos. Aliás: faço duas. A primeira é que existem POUCOS postos em pontos-chave da cidade, onde carregar o cartão. Ou melhor: uma terceira observação: DEVIA-SE PODER CARREGAR os cartões no INTERIOR do autocarro. Este conceito parece-me claro como água. (não venha para aqui um motorista queixar-se, que não quero com isto dizer que tinham de ser vocês a fazê-lo :))



A outra crítica é que tenho dois cartões com dinheiro mas, como é coisa como 73 cêntimos, e uma viagem já custa 82, se não estou em erro, não dá para carregar com, por exemplo, 91 cêntimos, de modo a ficar com 2 viagens. Ou seja: o cartão vai sempre ficar com essa quantia em débito (há! mas parece que pode ser transferida para outros cartões, mas só no metro ou sei-lá-onde... ou seja: mais vale ir há China que o desgaste da sola do sapato é menor e a proporção esforço/lucro maior. Outra crítica (já vão 4!) é que, volta e meia, os cartões perdem a validade. Não é o mesmo que se danificarem e não poderem mais ser usados. Perdem a validade e tens de adquirir outro. Mais 50 cêntimos... multiplicando pelos 10 cartões que tenho comigo, já são 5 euros pelo papel com que são feitos.

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Mas para quem esteja a pensar que estar a discutir poucos cêntimos não faz assim tanta mossa, fique a saber que foi esta a razão pela qual hoje tive de vir para casa... a pé. Claro, podia tentar fazer como muitos outros, e enfiar-me no autocarro sem pagar. Mas não faz o meu género. Tinha apenas uns trocos comigo e ia para comprar o bilhete. Mas faltavam-me 20 cêntimos! E eu com 73 no cartão..... Pensei em pedir emprestado a alguém, explicando a situação. Até pensei em dar a revista que tinha comigo na mala em troca dos 20 cêntimos. Tão pouco, e tanto...



Como quase sempre, o autocarro passa como um relâmpago quando estou a poucos metros da paragem, fazendo-me correr para, quando já estou perto da porta, arrancar... a ideia que tinha, de pedir 20 cêntimos a alguém na paragem, foi-se com ele, que levou os passageiros. Podia ter andado mais um pouco até a paragem da frente, onde duas adolescentes com ar responsável e estudantil, podiam, se calhar, não se importarem de emprestar 20 cêntimos. Mas não tive coragem. Continuei a andar, decidida a caminhar em direcção a casa e depois logo se via. Ainda olhei para o placar electrónico, para ver dali a quanto tempo passava outro autocarro. Mas estava apagado, vejam lá a raridade...

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Ainda não convencida que não tinha dinheiro suficiente, comecei a recontar as moedas. As moedas pretas, de um cêntimo, dois, cinco, a ver se, com a força da mente ou concentração :) aquilo esticava... mas não. Continuava 20 cêntimos em falta. Lá fui a pé... quando finalmente atravessei o jardim do Campo Grande, local, aliás, de onde vim, da zona rodoviária (indescupável não existir num lugar central como este, com rodoviárias para todas as direcções e metro, onde carregar o passe da Carris), e deparei com a PARAGEM SEGUINTE do autocarro onde queria ir, passou outro igual. Continuei a andar. Andei, andei, andei... 20 minutos já se tinham passado, ao menos desde que olhei para o relógio e fiz a estimativa. Quanto tempo será que leva a pé, daqui até casa, ao meu ritmo (andar rápido) - pensei. Para dizer a verdade, esta não foi a primeira vez que aquele percurso ia ser feito a pé. Tive uma "aventura" muito mais interessante com a companhia da Carris há uns anos atrás. E isso sim, é que foi andar... desde o estádio do Benfica até casa (EXPO) a pé! Não fui só eu que, coitada, nesse dia esperava o autocarro na paragem em frente ao centro comercial Colombo. Aquilo ali estava em obras, a paragem ainda estava no lugar, mas o autocarro não aparecia e meia-hora já tinha passado. Decidi telefonar para o número de informações que está no placar e... não haviam autocarros! Eu, mais as outras pessoas que ali estavam já a suspeitar que algo estava errado, fomos a pé pela 2ª circular, até a paragem mais próxima (que neste caso, é longe). Estava muito sol. Era verão. Tinha ido "fazer compras" e não resisti a uma ida ao supermercado para comprar uns deliciosos iogurtes. Só pensava em transportar o saco do lado da perna onde este ia um pouco à sombra dele. Eu não fiquei na paragem seguinte, que de pouco me servia. E estava tão cheia de adrenalina por causa de toda a situação, que fiz todo o percurso a pé! Foi mais de uma hora, não lembro agora o tempo exacto.

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Mas para se fazer uma ideia, basta saber que, parte desse percurso, aí metade dele, foi o que fiz hoje. Depois de andar muito, cortei caminho por uma mata. Aí sempre é mais agradável e distrai um pouco. Entretanto, vi o 3º autocarro passar. Depois da mata, o caminho é agreste e sempre a subir. O que vale é que, quase 8 horas da noite, a cada minuto que passa a força do sol diminui, assim como o calor. Subi tudo, com uma facilidade que só desde que comecei a andar tanto para chegar ao trabalho é que consegui ter. Aqui fico a pensar na verdadeira razão da minha obesidade ligeira. Se ando tanto, e agora até aguento bem, se não como porcarias nem nada... porquê que descobrir uma peça de roupa que me caiba de manhã, é um aborrecimento? Mais louros mereço pelo meu feito porque, com esta história da roupa deixar de servir, só consigo usar sempre a mesma, seja inverno ou verão, as mesmas calças de ganga. Garanto que são boas para "assar" dentro. Ou seja: as roupas que uso não são térmicamente confortáveis.

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Cheguei a casa 50 minutos depois de ter saído da camioneta no Campo Grande. Nada mau... a pé! Mas levei exactamente o mesmo tempo ontem de Lisboa até Sesimbra... de autocarro, claro! Se formos a pensar no valor do tempo e como este pode ser utilizado... 50 minutos têm mais valor em que circunstância? Entretanto, perto daquela que seria a última paragem para mim, passa o 4º autocarro. Aposto que o motorista daquele que arrancou quando estava quase a chegar já tinha passado por mim novamente. É que, de rodinhas, o percurso é curto e faz-se em 15 minutos. A paragem terminal está a duas dali e o autocarro dá a volta e recomeça o percurso no sentido contrário. Se, aqueles que vi, passaram 4 na minha direcção, e uns 4 ou 5 na contrária, o motorista era aquele... não deixo de ficar a pensar o que teriam sido 3 segundos para entrar na viatura comparado ao tempo da caminhada...

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Mas devo estar num dia muito especial. Há desses dias. E decidi caminhar. Os 20 cêntimos em falta, decerto influenciaram. Mas tenho alturas em que gosto mesmo de andar, e lá vou. É mesmo surpreendente como não sou uma mulher magra e elegante!



Ontem, como já deixei escapar, acabei por ir a Sesimbra, num percurso que, do terminal das camionetas na Praça de Espanha, à vila de Sesimbra, demorei 50 minutos. De noite, vim de boleia e não ultrapassou os 30 minutos! Respeitando os limites de velocidade e tudo... De facto, o que é o tempo??

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Mas essa ida para tentar descontrair de um trabalho que explora a minha bondade e capacidades, acabou por me deixar com menos 20 euros. Só de pensar que, por apenas 20 cêntimos fiquei apeada... que podiam ter vindo do gelado que paguei a um conhecido, ou do euro que uma amiga ficou... dá que pensar. Também já dei um cartão com uma viagem a uma pessoa que ia para entrar e descobriu que não tinha o cartão válido...

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Onde é que está escrito que a bondade é recompensada? Estou para ver se assim é. Por isso, vou jogar no euromilhões. Torçam todos por mim! Senão ainda acabamos por descobrir uma realidade terrível, assustadora, temível, que é, só os aproveitadores e exploradores é que se safam neste mundo!

E para contar outra coisa engraçada... hoje de manhã, a caminho para a paragem de autocarro, passei por uma moeda pequena e preta no chão. Não ia para a apanhar. Ainda mais uma de 1 cêntimo! Tenho esta mania de ver uma moeda e não apanhar. Claro está: nunca vi 50 cêntimos ou 1 euro no chão! Só vi 20 (a ironia!) e não tenho o hábito de me baixar para apanhar. Mas hoje, não sei o que me deu, achei que seria de MAU AGOIRO virar as costas a dinheiro. Como se fosse ditar o resto do meu futuro. Então, retroci um passo e apanhei a moeda que, tal como suspeitava, nem portuguesa era. Mas para uma questão de "Karma", servia para o efeito...
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Será que também isto são só impressões e de nada significam? Não me impediu de ficar sem dinheiro por 20 cêntimos! Antes tivesse achado esse valor no chão, isso sim, seria sorte. Bem que andei a espreitar, mas só vi foi beatas e lixo... as pessoas deitam tudo para o chão das ruas, menos dinheiro. Porcas! Ao menos pagavam pelo lixo que produziam :)

sábado, 15 de agosto de 2009

Deslocação em Lisboa com a CARRIS

Pensar ir em algum lado em Lisboa, de transportes públicos, é totalmente inviável quando a opção é a CARRIS. Como é que querem que as pessoas optem por este transporte, se essa escolha implica PERDER HORAS em viagem?!

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Bolas! Lisboa não é uma MEGA-CAPITAL, como Londres e assim. Não se justifica deslocações de A para B que levem mais de uma hora! Nesse espaço de tempo, vê-se um filme na televisão (com as esperas e atrasos, um filme incluindo os intervalos para publicidade) e não se fica com o corpo todo muído de tantos solavancos nem cansado do calor e do movimento.

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Fiz o teste. Pensei em dar um «pulinho» até Sesimbra. Estou a precisar ver o mar e cheirar a maresia. Uma pausa para energizar o facto de ficar o fim-de-semana agarrada ao computador a trabalhar. Decidi partir de um ponto central de Lisboa - O PARQUE DAS NAÇÕES, até o terminar rodoviário dos transportes-Sul, na PRAÇA DE ESPANHA. Recorri ao site da Transpolis, aqui recomendado por um leitor deste blogue. OK! Só a viagem DENTRO de LISBOA leva mais tempo que o percurso até Sesimbra!

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Leitura:

Distância: Menos de 1 Km

Deslocação: 1 hora e 11 minutos.

Tempo estimado de espera: 38 minutos.

Distância pedonal até destino: 63 metros

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É muito desapontante e faz com que os Lisboetas sem CARRO sejam uns vegetais, presos a casa ou adidos frequentadores dos Centros Comerciais. Não gosto tanto assim destes últimos.... acho que vou ter de me contentar com o Tejo! Quanto tempo será que leva para lá chegar?

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Agosto (in)seguro


Dizem que nas férias durante o mês de Agosto, Lisboa fica mais agradável. A maioria das pessoas está de férias na praia e as estradas ficam com menos trânsito. É melhor para circular, para experimentar uma cidade capital de um país menos congestionada, como só um feriado prolongado sabe mostrar.

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Achava que devia ser mesmo assim. Lisboa em Agosto, no que respeita a trânsito, deve ser uma maravilha para conduzir. Menos trâfego, maior rapidez e gosto pela condução. Penso agora de forma um tanto diferente. Tenho visto mais manobras perigosas do que noutras ocasiões. As pessoas devem todas pensar o mesmo e, o excesso de confiança, fá-las não ser tão cautelosas.

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Nem posso numerar as vezes em que um automóvel a querer entrar numa faixa rápida, meteu o "narizinho" de fora e parou, obrigando o transporte público onde me encontrava a travar abruptamente e parar, para o "popó" passar... nas calmas!

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Sempre achei que a maioria não respeita a prioridade dos veículos de transporte públicos, como os autocarros da Carris, pois não há automobilista que não queira ultrapassar um autocarro ou um camião, ou uma carrinha. Até parece que estes são assim tão mais lerdos... o resultado, muitas vezes, é infeliz. Além de que, atrasa bastante o percurso do autocarro e o tempo de deslocação das pessoas que nele procuram também chegar a algum lugar.
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Mas foi o acidente na A8 que trouxe esta lembrança. Faço todos os dias parte do percurso por essa autoestrada e, esta terça-feira, ao chegar, deparei com um cenário invulgar: todos os automóveis parados, as pessoas fora dos veículos e filas até mais não... situação que, pelo que sei, aconteceu de manhã cedo e ainda se mantinha à hora do almoço. No dia seguinte, no mesmo trajecto, alguém comentava que, nesse mesmo dia, de tarde, nas rendondezas, uma camioneta que ia largar gado, deixou uns animais fugir e o trânsito ficou parado, até a polícia abater uns tantos inocentes animais.

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Fui pesquisar na net para saber da autenticidade destes relatos e fiquei surpresa com este Agosto e o início das férias. Concluo então, que o mês de Agosto é um mês para circular com muita CAUTELA pelas estradas. Caminhos mais livres e o calor fazem as pessoas agir de forma menos responsável e colocar as suas vidas e a vida de outras pessoas em risco, com maior frequência.

.Cuidado então com Agosto! É inseguro...

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Educação forçada

Tenho estado a reflectir na questão da gripe A e como a sua ameaça veio a alterar o comportamento das pessoas nos transportes públicos.
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Quando o receio surgiu, já eu havia aqui escrito sobre os maus hábitos dos portugueses em relação ao acto de tossir. Não o faziam com qualquer preocupação de atingir alguém, quando usavam a mão, ou era de forma discreta ou entreaberta para, de seguida, usarem-nas para se agarrarem a tudo o resto, etc.
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O que tenho verificado agora é que, do mal também vem algum bem. Com receio da gripe, as pessoas afastam-se mais umas das outras, procuram não tossir «à descarada». E porquê? Porque recebem um olhar penetrante de alguém que quer se certificar que não está diante da linha de "fogo" de algum infectado. As pessoas começam a adoptar a postura que deviam possuir sempre. Um placar informativo num autocarro da carris informa que se deve tossir fora da direcção de terceiros, para um lenço descartável ou para a manga do vestuário (não para as mãos), lavar muitas vezes as mãos, etc..
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Não é nada difícil. São hábitos que sempre possuí e por isso não entendo como podem ser de difícil assimilação para a maioria. Mas sei que assim é, pois não conheço muitas pessoas que tenham esta consciência e tenham presente no subconsciente por onde andaram a por as mãos e onde estas não podem mais ir enquanto não forem novamente lavadas.
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Mas é nas crianças que esta falta de ensinamento me faz mais confusão. Graças a Deus, parecem ter sido abençoadas por alguma varinha de condão que as protege e as deixam auto-imunes a todas as bactérias com que estão em contacto. As crianças são assim: levam as mãos à boca, depois de as terem passado por todo o sítio: a sola dos sapatos, o chão, os pés, os olhos, o nariz, o cãozinho bonitinho na rua... e nem pensam em passá-las por água!
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