quarta-feira, 22 de julho de 2009

Um "obrigada"

Enquanto fazia o habitual trajecto para casa num autocarro articulado, os solavancos fizeram-me lembrar de um episódio passado há uns anos.

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Uma vez fazia este mesmo percurso e comecei a estranhar algo... não sabia bem dizer o que era... estava quase a descobrir qual era a estranheza daquela viagem quando, derepente, entendi: não estava a sentir quaisquer solavancos! As travagens eram suaves, o arranque suave... uma delícia!

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Acreditem: fiquei quase como que um monge budista a "curtir" tamanha serenidade. Ou seja: Foi tão estranha esta «nova sensação»! Sabem o que fiz? Antes de sair, desloquei-me até ao motorista e cumprimentei-o por conduzir bem.
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O homem não disse nada, não fez nenhum gesto, apenas olhou para mim com um ar com um tanto de estranheza.

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Deve ter achado que era maluca. Afinal, se fosse até ele para disparatar, reclamar, gritar, ou insultar, na sociedade de hoje é mais comum que fazer elogios. Mas eu estava decidida. Já tinha tomada a resolução: mesmo que me achasse doida, ia até lá dizer-lhe que é raro andar num autocarro e sentir que se anda bem.

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Tomara que fosse sempre assim. Acredito que nós, portugueses que andam nos autocarros da Carris, não sabemos o que isso é. Se um dia viessemos a experimentar a suavidade do transporte colectivo de muitas rodas, não queriamos outra coisa! É algo semelhante a fazer férias todos os anos no quintal e derepente, ir até Punta Cana!

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Porque andar com suavidade num autocarro da Carris é uma experiência rara, este episódio já estava no fundo do esquecimento, até que a sua excepcionalidade o trouxe de novo ao de cima... Para o partilhar com quem me lê!

1 comentário:

  1. De facto... faz bem olhar as coisas pela positiva... de vez em quando... :)

    Beijinhos!

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