sábado, 22 de agosto de 2009

O caminho do paraíso... assim espero!

Prometi que actualizava o assunto do post anterior, então cá vai:
.
O tal caminho pelo jardim, que tanto aprecio e em cujo percurso deparei, uma manhã, com sinais de trânsito, não deve estar destinado ao extermínio. Os arbustos e árvores, as oliveiras, foram todas cortadas em alguns ramos, é verdade, cortes feitos para que fosse possível a passagem de viaturas, sem que os ramos o perturbassem, isso é visível. Mas a razão não se prende com nada egocêntrico ou económico, como quase sempre é a motivação por detrás de qualquer obra pública.
.
A razão de tudo isto prende-se com a presença do centro médico ali ao lado. Um posto que muitos lamentaram ter sido parcialmente desactivado e que, agora, reaparece como que Félix das cinzas, para servir a população de uma forma muito nobre: é um local de triagem para a gripe A. De facto, todas as manhãs o segurança está à porta, com uma máscara no rosto. Ainda não prestei atenção, mas outra pessoa que passou perto diz ter visto um cartaz a pedir para que a entrada se antecedesse da lavagem das mãos e o uso de máscara.
.
Estou meio por fora de todo o assunto da gripe A, mas sempre me passou a sensação que os responsáveis estão a fazer um bom trabalho. Estão a prevenir-se a tempo, a fazer de tudo e do melhor para combater a ameaça. Como sempre tive os cuidados que convém ter para evitar o contágio, não alterei a minha rotina, a não ser para o estado de alerta ser maior.
.
Agora fico a aqui a contemplar a nova sorte daquele percurso pelo "jardim". O novo papel que aquele pequeno pedaço de chão pode vir a desempenhar. Para mim, como contei, sempre foi um "pequeno troço paradisíaco", com a natureza para nos acolher. Percebo agora o peso do significado da presença da sinalética. Se uma ambulância atravessar aquele jardim, é porque leva alguém que teve a infelicidade de contrair o vírus e este é altamente contagioso. Fico a torcer, a fazer figas, para que nenhuma ambulância alguma vez seja ali vista e nunca tenha de atravessar pelo espaço antes ocupado pelos ramos das oliveiras e pelo arbusto das rosas vermelhas. E se passar, que o caminho lhe sirva de "bom agoiro", que a natureza proteja e atribua essa protecção a quem precisar.
.-
Uma característica que sempre gostei na zona que vivo (embora poucos apreciem) é a força do vento. Esta zona é tão ventosa que a vontade dos ventos dobrou aço e venceu a vontade dos homens, que insistiam em colocar outdors publicitários ou políticos em locais onde o vento os mandava abaixo. Lembro-me perfeitamente, de ter de entrar no autocarro, pisando o aço de um desses outdors, que o vento conduziu ao chão. Agora, esse mesmo vento, que sopra de longe mas chega aqui com força, pode ajudar a propaguear o vírus.
,
Espero que este Inverno que se aproxima seja bom para nós e os casos de pessoas infectadas fiquem muito abaixo das expectativas. Que ninguém venha a morrer, é outro desejo. Já tive gripe. Mais que uma vez, mais que duas e três, e já tive gripe no Verão... não desejo a ninguém. Quem já teve gripe nunca mais precisa de perguntar qual a diferença entre estar constipado e estar com gripe. A diferença é enorme! Senti a minha mortalidade quando estirada na cama, com dores por todo o lado, com gripe e a não aguentar muito mais.

É preciso mesmo ter muito cuidado com estas coisas. Pensamos sempre que acontece aos outros e SOMOS NÓS que temos de nos prevenir. E que tal lavar as mãos como nos dizem, limpar com frequências as superfícies que são muito usadas, ter atenção no que se toca nos locais públicos e muito frequentados, e que tal, mandar o acanhamento às urtigas, e usar máscara? Luvas descartáveis, lenços para abrir portas ou para tocar em maçanetas. É que, se não nos contaminarmos, também não passamos aos outros.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Se veio até aqui por saber o que é andar diariamente num autocarro da Carris... somos solidários!