segunda-feira, 17 de agosto de 2009

20 cêntimos...

Tenho muitas novidades para contar!

Bem, não são tanto as novidades, quanto é o inusitado de coincidências. (Vou jogar no Euromilhões!). Hoje tive de andar muito a pé. Vi-me numa situação daquelas que não lembra a ninguém... o passe da Carris expirou. Tenho cartões recarregáveis com viagens comigo, mas só davam para uma ida, não para a volta. O cómico desta situação é que não tenho nem um, nem dois cartões, mas uns 10! E todos expirados...

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Aqui tenho de fazer uma crítica ao sistema encontrado pela CARRIS para o carregamento dos mesmos. Aliás: faço duas. A primeira é que existem POUCOS postos em pontos-chave da cidade, onde carregar o cartão. Ou melhor: uma terceira observação: DEVIA-SE PODER CARREGAR os cartões no INTERIOR do autocarro. Este conceito parece-me claro como água. (não venha para aqui um motorista queixar-se, que não quero com isto dizer que tinham de ser vocês a fazê-lo :))



A outra crítica é que tenho dois cartões com dinheiro mas, como é coisa como 73 cêntimos, e uma viagem já custa 82, se não estou em erro, não dá para carregar com, por exemplo, 91 cêntimos, de modo a ficar com 2 viagens. Ou seja: o cartão vai sempre ficar com essa quantia em débito (há! mas parece que pode ser transferida para outros cartões, mas só no metro ou sei-lá-onde... ou seja: mais vale ir há China que o desgaste da sola do sapato é menor e a proporção esforço/lucro maior. Outra crítica (já vão 4!) é que, volta e meia, os cartões perdem a validade. Não é o mesmo que se danificarem e não poderem mais ser usados. Perdem a validade e tens de adquirir outro. Mais 50 cêntimos... multiplicando pelos 10 cartões que tenho comigo, já são 5 euros pelo papel com que são feitos.

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Mas para quem esteja a pensar que estar a discutir poucos cêntimos não faz assim tanta mossa, fique a saber que foi esta a razão pela qual hoje tive de vir para casa... a pé. Claro, podia tentar fazer como muitos outros, e enfiar-me no autocarro sem pagar. Mas não faz o meu género. Tinha apenas uns trocos comigo e ia para comprar o bilhete. Mas faltavam-me 20 cêntimos! E eu com 73 no cartão..... Pensei em pedir emprestado a alguém, explicando a situação. Até pensei em dar a revista que tinha comigo na mala em troca dos 20 cêntimos. Tão pouco, e tanto...



Como quase sempre, o autocarro passa como um relâmpago quando estou a poucos metros da paragem, fazendo-me correr para, quando já estou perto da porta, arrancar... a ideia que tinha, de pedir 20 cêntimos a alguém na paragem, foi-se com ele, que levou os passageiros. Podia ter andado mais um pouco até a paragem da frente, onde duas adolescentes com ar responsável e estudantil, podiam, se calhar, não se importarem de emprestar 20 cêntimos. Mas não tive coragem. Continuei a andar, decidida a caminhar em direcção a casa e depois logo se via. Ainda olhei para o placar electrónico, para ver dali a quanto tempo passava outro autocarro. Mas estava apagado, vejam lá a raridade...

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Ainda não convencida que não tinha dinheiro suficiente, comecei a recontar as moedas. As moedas pretas, de um cêntimo, dois, cinco, a ver se, com a força da mente ou concentração :) aquilo esticava... mas não. Continuava 20 cêntimos em falta. Lá fui a pé... quando finalmente atravessei o jardim do Campo Grande, local, aliás, de onde vim, da zona rodoviária (indescupável não existir num lugar central como este, com rodoviárias para todas as direcções e metro, onde carregar o passe da Carris), e deparei com a PARAGEM SEGUINTE do autocarro onde queria ir, passou outro igual. Continuei a andar. Andei, andei, andei... 20 minutos já se tinham passado, ao menos desde que olhei para o relógio e fiz a estimativa. Quanto tempo será que leva a pé, daqui até casa, ao meu ritmo (andar rápido) - pensei. Para dizer a verdade, esta não foi a primeira vez que aquele percurso ia ser feito a pé. Tive uma "aventura" muito mais interessante com a companhia da Carris há uns anos atrás. E isso sim, é que foi andar... desde o estádio do Benfica até casa (EXPO) a pé! Não fui só eu que, coitada, nesse dia esperava o autocarro na paragem em frente ao centro comercial Colombo. Aquilo ali estava em obras, a paragem ainda estava no lugar, mas o autocarro não aparecia e meia-hora já tinha passado. Decidi telefonar para o número de informações que está no placar e... não haviam autocarros! Eu, mais as outras pessoas que ali estavam já a suspeitar que algo estava errado, fomos a pé pela 2ª circular, até a paragem mais próxima (que neste caso, é longe). Estava muito sol. Era verão. Tinha ido "fazer compras" e não resisti a uma ida ao supermercado para comprar uns deliciosos iogurtes. Só pensava em transportar o saco do lado da perna onde este ia um pouco à sombra dele. Eu não fiquei na paragem seguinte, que de pouco me servia. E estava tão cheia de adrenalina por causa de toda a situação, que fiz todo o percurso a pé! Foi mais de uma hora, não lembro agora o tempo exacto.

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Mas para se fazer uma ideia, basta saber que, parte desse percurso, aí metade dele, foi o que fiz hoje. Depois de andar muito, cortei caminho por uma mata. Aí sempre é mais agradável e distrai um pouco. Entretanto, vi o 3º autocarro passar. Depois da mata, o caminho é agreste e sempre a subir. O que vale é que, quase 8 horas da noite, a cada minuto que passa a força do sol diminui, assim como o calor. Subi tudo, com uma facilidade que só desde que comecei a andar tanto para chegar ao trabalho é que consegui ter. Aqui fico a pensar na verdadeira razão da minha obesidade ligeira. Se ando tanto, e agora até aguento bem, se não como porcarias nem nada... porquê que descobrir uma peça de roupa que me caiba de manhã, é um aborrecimento? Mais louros mereço pelo meu feito porque, com esta história da roupa deixar de servir, só consigo usar sempre a mesma, seja inverno ou verão, as mesmas calças de ganga. Garanto que são boas para "assar" dentro. Ou seja: as roupas que uso não são térmicamente confortáveis.

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Cheguei a casa 50 minutos depois de ter saído da camioneta no Campo Grande. Nada mau... a pé! Mas levei exactamente o mesmo tempo ontem de Lisboa até Sesimbra... de autocarro, claro! Se formos a pensar no valor do tempo e como este pode ser utilizado... 50 minutos têm mais valor em que circunstância? Entretanto, perto daquela que seria a última paragem para mim, passa o 4º autocarro. Aposto que o motorista daquele que arrancou quando estava quase a chegar já tinha passado por mim novamente. É que, de rodinhas, o percurso é curto e faz-se em 15 minutos. A paragem terminal está a duas dali e o autocarro dá a volta e recomeça o percurso no sentido contrário. Se, aqueles que vi, passaram 4 na minha direcção, e uns 4 ou 5 na contrária, o motorista era aquele... não deixo de ficar a pensar o que teriam sido 3 segundos para entrar na viatura comparado ao tempo da caminhada...

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Mas devo estar num dia muito especial. Há desses dias. E decidi caminhar. Os 20 cêntimos em falta, decerto influenciaram. Mas tenho alturas em que gosto mesmo de andar, e lá vou. É mesmo surpreendente como não sou uma mulher magra e elegante!



Ontem, como já deixei escapar, acabei por ir a Sesimbra, num percurso que, do terminal das camionetas na Praça de Espanha, à vila de Sesimbra, demorei 50 minutos. De noite, vim de boleia e não ultrapassou os 30 minutos! Respeitando os limites de velocidade e tudo... De facto, o que é o tempo??

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Mas essa ida para tentar descontrair de um trabalho que explora a minha bondade e capacidades, acabou por me deixar com menos 20 euros. Só de pensar que, por apenas 20 cêntimos fiquei apeada... que podiam ter vindo do gelado que paguei a um conhecido, ou do euro que uma amiga ficou... dá que pensar. Também já dei um cartão com uma viagem a uma pessoa que ia para entrar e descobriu que não tinha o cartão válido...

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Onde é que está escrito que a bondade é recompensada? Estou para ver se assim é. Por isso, vou jogar no euromilhões. Torçam todos por mim! Senão ainda acabamos por descobrir uma realidade terrível, assustadora, temível, que é, só os aproveitadores e exploradores é que se safam neste mundo!

E para contar outra coisa engraçada... hoje de manhã, a caminho para a paragem de autocarro, passei por uma moeda pequena e preta no chão. Não ia para a apanhar. Ainda mais uma de 1 cêntimo! Tenho esta mania de ver uma moeda e não apanhar. Claro está: nunca vi 50 cêntimos ou 1 euro no chão! Só vi 20 (a ironia!) e não tenho o hábito de me baixar para apanhar. Mas hoje, não sei o que me deu, achei que seria de MAU AGOIRO virar as costas a dinheiro. Como se fosse ditar o resto do meu futuro. Então, retroci um passo e apanhei a moeda que, tal como suspeitava, nem portuguesa era. Mas para uma questão de "Karma", servia para o efeito...
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Será que também isto são só impressões e de nada significam? Não me impediu de ficar sem dinheiro por 20 cêntimos! Antes tivesse achado esse valor no chão, isso sim, seria sorte. Bem que andei a espreitar, mas só vi foi beatas e lixo... as pessoas deitam tudo para o chão das ruas, menos dinheiro. Porcas! Ao menos pagavam pelo lixo que produziam :)

3 comentários:

  1. Boas
    Gostaria de ver carregamentos de passes dentro dos autocarros!!! A sério, era so colocar um computador em cada um dos autocarros e electricos da frota e colocar um pessoa a carrega-los!!! lolololol para alem de ser dispendioso iria provocar muitos atrasos.
    So falta ter multibanco (muitos dos utentes ainda pessam que as maquinas de impressão de bilhetes a bordo aceitam multibanco)

    Cump e parabens pelo Blog
    Um tripulante da Carris

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  2. O meu Passe ( cartão Idêntidade carris tem validade até 07/2014 escrito a negrito),Como fiquei desempregada passei a a andar a pé ou útilizava o cartão 7 colinas, distâncias maiores - Hoje dia 20 de Julho 2012 dizem-me não pode ser passe porque não o carregava desde Janeiro até hoje,teve que ser cosidearo como Vraniante - Desculpem !!, podem explicar ?? eu sou penalizada por não útizizar/carregar, o meu passe,(cartão ) que tem validade até julho de 2014 Porquê ???

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    Respostas
    1. Boa pergunta!
      Não lhe sei dar a resposta mas contacte a Carris que eles depressa lhe dão uma resposta. O mais certo é vir a achar a resposta descabida ou desproporcionada mas pelo menos não fica no desconhecimento. Depois relate aqui a razão! (contactos na barra lateral).
      Boa sorte para a sua situação.

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