quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

ERAM MAIS (fiscais) QUE AS MÃES (passageiros)!

Hoje vi fiscais da Carris por todo o lado! Tenho a sensação que eram mais que os passageiros!
Penso que não viajei num autocarro sem encontrar um! E olhem: hoje andei muito! Até me enganei, tive de voltar atrás, esperar por outra viatura... não contei, mas conto agora.... apanhei mais de 8 autocarros! E se disser que, nesses, acho que em apenas um não vi fiscais...
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Bem... uma vez li que a Carris ia ser processada ou tinham apresentado queixa, porque, ao invés de meter mais pessoal para executar essa função de fiscalidade, tinham arranjado uma forma de fazer "batota", contratando pessoas formadas em segurança, através de intermediários, pagando-lhes, claro, menos e tendo menos despesas.
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Não sei se é essa a razão de ter visto, da outra vez, fiscais de farda azul e ter visto, os de hoje, todos de farda vermelha. Devo dizer que gostei de os ver a trabalhar: simpáticos, a cada bilhete devolvido diziam "obrigado". O que, passado uma hora, devem dizer umas 500 vezes!
Um dos fiscais detectou um passageiro com título inválido. Depois distraí-me mas vi-o a dirigir-se ao detector e passar um bilhete, que depois devolveu a esse passageiro. Também achei um gesto bonito. A pessoa, parece-me, estava a usar um bilhete que era inválido apenas porque já tinha passado uma hora desde a validação. Ora, não seja por isso que vão multar alguém!
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O que testemunhei numa outra ocasião não foi bem assim, por isso, gostei da humanidade do gesto.
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Nunca tive problemas com a fiscalidade. Apenas uma vez pude sentir que o fiscal (também simpático e de farda vermelha) pareceu desconfiado da minha sinceridade. É que estava em cima da hora para apanhar a camioneta e os fiscais tinham entrado uma paragem antes de ter de sair. Acontece, para meu espanto, que um deles chega-se à pessoa ao meu lado, pede-lhe o cartão e depois, já vou eu a estender o meu, e este passa por mim, ignora-me, e vai a outra pessoa. O autocarro pára na paragem que quero sair e já me preparo para correr. Para ser rápida, dirijo-me à porta que fica mais perto da direcção que quero tomar e, com isso, um outro fiscal deve ter achado estranho e barra-me a saída, já o autocarro está parado e as pessoas a abandoná-lo. Eu digo-lhe que estou com pressa mas ele insiste que não demora tempo algum. Tenho 60 segundos para chegar à camioneta e um percurso que demora 180. Estou com pressa!!! Ele coloca o cartão no aparelho e aquilo não faz nada. Nem um som, nem nada e ele vira o passe e faz tentativas e eu desespero: quero sair! Digo-lhe que carreguei o passe na véspera e sei que ele "apitou" quando o passei na máquina mas que tinha de ir embora. Ele não mostra disponibilidade em aceder ao meu pedido de pessoa apressada. Mas aí, eis que a máquina lá o avisa que não estou a mentir. Devolve-me o cartão e eo desato a correr como doida!
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Agora tudo está automatizado. Cada vez mais, a privacidade dos nossos movimentos é inexistente. Só pelo passe da Carris, sabem quantas vezes andámos num dia, onde fomos, a que horas, por quanto tempo... só falta conhecerem-nos os horários de ir à sanita! Ainda assim, aposto que existem firmas no mundo que fazem esse controlo.
Bem... mas tudo isto para contar este facto. Toda a rede de transportes da Carris parecia estar a ser fiscalizada hoje. Na verdade, assim que o autocarro paráva num sítio, no outro a seguir lá estavam mais fardas vermelhas! Chegou a ser cómico. A meio do dia, não contar com eles é que teria estranhado :)! Mas gostei de ver a sua presença. Se existem muitas pessoas a viajar ilegalmente, tem de existir uma forma de reduzir ou eliminar esse factor, porque não é justo que as pessoas que pagam, viagem em autocarros muita das vezes sobrelotados e, se calhar, quem vai sentado nem paga bilhete. A presença dos fiscais vai de encontro a essa mensagem que quis transmitir no post de ontem. Até dá que pensar: será que alguém de maior poder de decisão na Carris presta atenção aos singelos desabafos desta bloguista?

1 comentário:

  1. Eles são uns "chulos" isso sim....
    Alguem que viage espuradicamente de electrico (que foi o meu caso), e apenas tenha uma nota de 10 euros e um bilhete "7colinas" depara-se que o valor k tem no cartão não chega para o titulo de viagem... não tem moedas....

    e traz... uma multa de 117euros

    :(((((

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